Projeto que ‘devolve’ Corregedoria à Polícia Civil provoca mal-estar na base de Alckmin

São Paulo – O projeto que devolve à Delegacia-Geral da Polícia Civil o controle sobre a Corregedoria da entidade em São Paulo provocou mal-estar na base do governador Geraldo Alckmin […]

São Paulo – O projeto que devolve à Delegacia-Geral da Polícia Civil o controle sobre a Corregedoria da entidade em São Paulo provocou mal-estar na base do governador Geraldo Alckmin na Assembleia Legislativa.

O foco da insatisfação é o deputado Campos Machado (PTB), autor da proposta que recebeu críticas de parte da base aliada, integrada pelo parlamentar. Membros da ampla coalizão governista não acreditam se tratar de um racha, uma vez que, por ora, se resume a uma questão pontual, mas admitem um certo desconforto na tentativa de conter as rusgas provocadas pelo episódio. 

Na terça-feira (23) à noite, os membros da base aliada ao Palácio dos Bandeirantes obstruíram a votação do projeto de decreto legislativo 65, de 2009, por não concordarem com o teor da proposta. Antes disso, no entanto, a Casa esteve dividida não entre os tradicionais blocos de situação e oposição, mas em duas frentes opostas. De um lado, PSDB, PV e PSB estavam contra o texto, que recebeu apoio de PMDB, DEM, PDT, PCdoB e PT.

A avaliação dos representantes de Alckmin é de que a transferência da Corregedoria Civil à subordinação direta ao gabinete do secretário de Segurança Pública deu independência ao órgão, fomentando a investigação de policiais envolvidos em desvios de conduta e aumentando os casos de punição. De acordo com a liderança do governo, o número de detenções passou de 182 em 2007 e 2008 para 209 em 2009 e 2010, após a adoção da medida. 

Os tucanos não concordam com a argumentação de Machado de que há uma ilegalidade na medida pois consideram que a organização da estrutura pública é uma atribuição do governador. Machado entende que a alteração poderia ser feita unicamente por meio de projeto enviado ao Legislativo. Os líderes da base aliada avaliam que a proposta está enterrada, não havendo qualquer clima para ser novamente colocada em votação, uma leitura compartilhada inclusive pela bancada do PT, que chegou a manifestar apoio ao projeto. 

O trabalho passa a ser, portando, de curar as feridas criadas pelo episódio, em especial pelos duros discursos contrários ao projeto em plenário, o que teria irritado o deputado do PTB. 

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