Dilma: crise global pode levar Brasil a salto de desenvolvimento

Oportunidades abertas pelas instabilidades externas precisam ser aproveitadas

Dilma Rousseff cumprimenta moradores de Cupira, após cerimônias oficiais durante passagem por Pernambuco. A rádios locais, explicações sobre a economia do país (foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff disse, nesta terça-feira (30), que o Brasil pode usar o atual momento de crise econômica que atinge países desenvolvidos para dar um salto de desenvolvimento. Segundo ela, é preciso coragem para enfrentar situações como essas. Sobre as medidas que o governo já lançou e ainda prepara para enfrentar a turbulência financeira no cenário mundial, Dilma afirmou que o país será propositivo.

“Temos a convicção de que crise a gente não enfrenta se apequenando, se atemorizando, sendo covarde; a gente enfrenta é com coragem”, pregou Dilma. “Coragem significa ter consciência da nossa força e ter a firme determinação de que temos todas as condições de transformar essa crise em um outro momento de salto para o Brasil.” Ela acrescentou que o país saiu mais forte da crise econômica enfrentada em 2008.

A presidenta esteve em Cupira (PE), a 170 quilômetros da capital, onde foram assinados os primeiros 37 contratos no âmbito do programa de Financiamento das Contrapartidas do Programa de Aceleração do Crescimento (Cpac), no valor total de R$ 300 milhões, entre o governo federal, a Caixa Econômica Federal e o governo do estado de Pernambuco.

À tarde, ela foi para Garanhuns(PE), a 230 quilômetros da capital do estado, onde ministra aula inaugural do curso de Medicina da Universidade de Pernambuco. As aulas do curso da instituição estadual na cidade natal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçamo campus do município.

Juros

Em sua passagem por Pernambuco, Dilma defendeu a redução da taxa básica de juros da economia, a Selic, e afirmou que o país está criando condições para que isso ocorra. 

Ela explicou o impacto do anúncio feito na segunda-feira (29) pelo governo federal de economizar R$ 10 bilhões acima do previsto inicialmente para a meta de superávit primário anual (economia para pagamento de juros da dívida). Segundo a presidenta, a posição reflete a decisão de abrir um novo caminho.

“Esses R$ 10 bilhões preferimos utilizar para abrir um novo caminho, além do caminho de aumentar o investimento. Queremos que a partir deste momento comecemos a ter no horizonte a possibilidade de redução de juros no Brasil”, explicou, em entrevista a rádios locais.

Dilma também disse que é necessário reduzir impostos para assegurar o crescimento brasileiro no momento em que países são afetados pela crise econômica internacional. “Não posso dizer quando vamos ter isso (menos tributos), mas abrimos o caminho”, disse.

A presidenta disse ainda que o grande desafio de seu governo é garantir saúde, educação e segurança de qualidade à população. “Vou perseguir isso 24 horas por dia.”