Ministro dos Transportes vai ao Senado para explicar denúncias no Dnit

Oposição pede inquérito à PGR sobre denúncias de superfaturamento e pagamento de propina

O ministro dos Trasportes, Alfredo Nascimento,recebeu um convite para depor no Senado(Foto: Renato Araújo/ Agência Brasil)

São Paulo – Mesmo após mudanças no Ministério dos Transportes, Alfredo Nascimento, titular da pasta, terá de se explicar. Ele teve um convite para depor no Senado aprovado nesta terça-feira (5). Partidos de oposição ainda pediram à Procuradoria-Geral da República (PGR) abertura de inquérito policial para investigar a cúpula do PR.

O motivo das explicações são denúncias de superfaturamento e pagamento de propina em contratos do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), órgão vinculado ao ministério. As denúncias foram publicadas pela revista Veja na edição desta semana, com base em indícios de cobrança de propina de 4% a 5% para que contratos com consultorias e empreiteiras fossem firmados no ministério. Como o dinheiro seria encaminhado à cúpula do PR e repassado a parlamentares, a suposta estrutura foi batizada pela publicação de “mensalão do PR”.

O caso já resultou no afastamento, ainda no sábado (2), do diretor-geral do Dnit, Luís Antônio Pagot, do chefe de gabinete Mauro Barbosa da Silva, do assessor do gabinete, Luís Tito Bonvini, e do diretor-presidente da empresa pública de ferrovias Valec, José Francisco das Neves. 

O autor dos requerimentos no Senado foi o senador Blairo Maggi (PR-MT), que integra o mesmo partido do ministro, e que revelou ter sido costurado um acordo para a ida de Nascimento ao Congresso. Em reunião com parlamentares, na segunda-feira (4), o ministro teria negado irregularidades. O aumento dos custos seria decorrente da ampliação das obras em relação às previstas. 

Nascimento deve participar, na semana que vem, de audiência pública conjunta das comissões de Infraestrutura e de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle. O comparecimento à Câmara e ao Senado para prestar esclarecimentos foi aconselhado pela bancada do PR. Blairo Maggi afirmou que Alfredo Nascimento “prontamente aceitou” a proposta.

Maggi defendeu que se aguardem investigações da Polícia Federal a respeito da acusação de que os recursos desviados seriam repassados a deputados do PR. 

Sem CPI

Os líderes no Senado de PSDB e DEM, respectivamente Álvaro Dias e Demóstenes Torres, pediram investigação à PGR para que os acusados respondam por improbidade administrativa. Eles contam com apoio do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

A representação demanda apuração de “responsabilidades cíveis, administrativas e penais” do deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP) , além do ministro dos Transportes e dos diretores afastados.

Apesar da movimentação, a possibilidade de se instaurar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) foi descartada pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). “A CPI é uma tentativa da oposição de fazer um embate político e não vamos concordar com isso até porque o ministro virá ao Senado, irá à Câmara. Há uma investigação aberta, a CGU está investigando também e o governo tem toda predisposição de investigar até o limite. Portando, não há necessidade de CPI.”

 

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