Para petistas, Gleisi na Casa Civil terá menos poder político

A nova titular da Casa Civil, Gleisi Hoffman: menos articuladora política que o antecessor, Palocci (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado) São Paulo – Três dias após a queda de Antonio Palocci […]

A nova titular da Casa Civil, Gleisi Hoffman: menos articuladora política que o antecessor, Palocci (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

São Paulo – Três dias após a queda de Antonio Palocci da Casa Civil, o clima político de Brasília vem se amenizando aos poucos. A satisfação dos parlamentares de base e oposição servem como fôlego para a presidenta Dilma Rousseff acertar os ponteiros no governo e melhorar o diálogo com o Congresso.

Em artigo publicado na quinta-feira (9), o secretário-geral do PT agradeceu as contribuições de Palocci enquanto político, mas enfatizou que o PT não combina com suas atitudes empresariais. “Para continuarmos a ser um partido dos trabalhadores, não é bom que cultivemos o ideal de empresários”, afirmou, se referindo à rentabilidade milionária da empresa do agora ex-ministro.

A precariedade do ambiente político, causado pela falta de explicações públicas de Palocci é consenso entre os petistas ouvidos pela Rede Brasil Atual. Apesar de preferirem falar a respeito apenas “em off”, eles cobravam uma atitude enérgica da presidenta.

Dilma, por sua vez, preferiu mudar a fórmula adotada no início de seu mandato – de fazer da Casa Civil a sede das negociações das matérias do interesse do governo com a base aliada e a oposição – e escolheu Gleisi Hoffmann para comandar a Casa Civil. Para líderes da legenda, a nova titular da pasta é uma figura com perfil mais técnico e de menor capacidade de articulação política que o Palocci.

Com a troca de ministros, a necessidade de uma Secretaria de Relações Institucionais (SRI) forte e mais atuante passou a ser um sentimento que cresceu entre os petistas. Para tentar sepultar de vez o impasse, Dilma anunciou, na sexta-feira (10), a troca de Ideli Salvatti para comandar a SRI. O ex-ministro Luiz Sérgio, por sua vez, foi para o Ministério da Pesca, que até então era comandado por Ideli.

Lideranças petistas chegaram a ser apontados como “candidatos” ao posto responsável pela articulação política com o Legislativo e com governadores e prefeitos. Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara dos Deputados, fez reuniões com senadores na quinta-feira, no que foi entendido como uma “campanha” pelo cargo. Arlindo Chinaglia (PT-SP) também era citado.

A operação de Vacarezza deu-se à revelia da Presidência e do ministro, a ponto de a negativa de mudanças na Secretaria de Relações Institucionais ter sido mantida até poucas horas antes da nota oficial que anunciou a troca. 

 

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