Para José Dirceu, se reforma política levar a distritão, ‘é melhor deixar como está’

O ex-ministro José Dirceu alerta para riscos dos resultados da reforma política (Foto: PT/divulgação/Arquivo) São Paulo – Defensor da adoção do sistema de lista fechada em eleições, o ex-ministro José […]

O ex-ministro José Dirceu alerta para riscos dos resultados da reforma política (Foto: PT/divulgação/Arquivo)

São Paulo – Defensor da adoção do sistema de lista fechada em eleições, o ex-ministro José Dirceu afirmou que acompanha seu partido, o PT, se para sair do papel a reforma política construída nas negociações for baseada no sistema distrital misto. “Se for para definir no sistema majoritário, o distritão, é melhor que nem saia essa reforma e continue do jeito que está”, enfatizou Dirceu. Ele participou de um debate sobre reforma política realizado na noite da segunda-feira (13) na sede do Sindicato dos Químicos de São Paulo, que contou ainda com o também o deputado federal Ricardo Berzoini, ex-ministro e ex-presidente do PT.

A afirmação de José Dirceu vai na mesma direção do que já foi dito por outros líderes do partido, entre eles o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira, e o presidente da legenda, Rui Falcão. Apesar de a grande maioria petista defender o voto em lista fechada – na qual o candidatos são escolhidos em uma lista pré-ordenada pelo partido – a orientação é que o partido negocie o sistema distrital misto – em que metade das vagas é por lista e o restante é definido por votação nominal ao candidato dentro de seu distrito de origem. Outro ponto defendido por Dirceu é a manutenção do voto proporcional.

Maior alvo das críticas do ex-ministro, o sistema majoritário, ou distritão – no qual os eleitos seriam aqueles que obtivessem maior soma de votos por estado da federação – é o carro-chefe do PMDB no que diz respeito à reforma politica. Dirceu, para quem “a bancada governista não é nenhum exemplo de unidade na Câmara dos Deputados”, teme que forças partidárias possam encaminhar os debates e fechar em torno do distritão.

Riscos

O ex-ministro destacou ainda os riscos de se propor vários modelos para a reforma politica, dando como exemplo o plebiscito sobre o desarmamento que, em 2005, após uma intensa campanha do governo para o “sim” ao desarmamento, alguns veículos da velha midia e parlamentares intensificaram a campanha  contrária, fazendo com que a escolha pelo “não” saisse vencedora.

Ele explica que já há indícios de movimentação de alguns parlamentares e partidos para convocar a população a um plebiscito para decidir entre voto proporcional e voto majoritário. “Não vamos viver de ilusões, essa campanha pela reforma política será muito agressiva”, alertou Dirceu.