Oposição agora ataca procurador por arquivamento de caso Palocci

“O arquivamento não serve de carta de alforria para Palocci”, avisou ACM Neto, líder do DEM (Foto: Elza Fiúza/ Agência Brasil) São Paulo – Após o arquivamento das representações contra […]

“O arquivamento não serve de carta de alforria para Palocci”, avisou ACM Neto, líder do DEM (Foto: Elza Fiúza/ Agência Brasil)

São Paulo – Após o arquivamento das representações contra o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, lideranças da oposição na Câmara dos Deputados agora querem explicações do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. PSDB, DEM e PPS concentram fogo no caso Palocci, diante de suspeitas de tráfico de influência por atividades de consultoria econômica exercida nos últimos quatro anos, quando seu patrimônio cresceu 20 vezes.

A Procuradoria arquivou os pedidos de investigação na segunda-feira (6), com base na ausência de fatos novos sobre o caso, que fundamentariam as acusações. A oposição discute, ainda nesta terça (7), a possibilidade de apresentar requerimento de convocação de Gurgel. “O arquivamento foi lamentável e temos de inquiri-lo sobre o que o motivou”, disse o líder do DEM, Antônio Carlos Magalhães Neto (BA).

“O arquivamento não serve de carta de alforria para Palocci”, avisou. “Queremos manter viva a investigação e estamos estudando os caminhos jurídicos para isso.” O trabalho de coleta de assinaturas para uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) continua, assim como ações na Justiça.

O próximo capítulo será assistido ainda nesta terça. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-SP), decide se revê ou não a votação do requerimento que convocou Palocci na Comissão de Agricultura da Casa. O PT abriu uma questão de ordem, por considerar que se tratou de uma manobra da oposição. Maia afirmou estudar uma saída política para o caso. A decisão será divulgada durante a sessão extraordinária marcada para o fim do dia.

Caso a votação seja anulada, a oposição promete ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) além de obstruir votações. “A tendência é manter o processo de obstrução para esclarecer a sociedade que, em nome dela, os esclarecimentos não foram feitos”, disse o líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP).

Marco Maia já avisou que considera que o arquivamento do processo “não tem nada a ver” com a decisão. O regimento da Câmara prevê que os requerimentos votados sejam apresentados com pelo menos 24 horas de antecedência. Como a norma não foi seguida, ficou aberta a possibilidade de revisão, o que não impediria novas votações do mesmo teor.

Palocci afirmou na segunda-feira, por meio de nota, que espera que a decisão de Gurgel recoloque o “embate político nos termos da razão, do equilíbrio e da Justiça”. Ele reiterou que prestou os esclarecimentos necessários de forma pública. “Entreguei à Procuradoria-Geral da República todos os documentos relativos à empresa Projeto”, disse o ministro na nota divulgada pela Casa Civil.

Com informações da Agência Brasil