Tucanos negam enfraquecimento após dissidências, mas fusão com DEM volta à pauta

Atual presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, afirma que saída de tucanos de SP não surpreendeu (Foto: Divulgação PSDB) São Paulo – Parlamentares do PSDB negaram que haja enfraquecimento da […]

Atual presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, afirma que saída de tucanos de SP não surpreendeu (Foto: Divulgação PSDB)

São Paulo – Parlamentares do PSDB negaram que haja enfraquecimento da legenda em virtude das dissidências em São Paulo. Na segunda-feira (25), Walter Feldman, secretário de Esportes e Lazer da capital paulista, e um dos fundadores do PSDB, anunciou que deixaria o partido, ainda sem ter definido seu destino político. Antes dele, seis vereadores tucanos haviam anunciado a adesão ao PSD de Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo.

A notícia reforçou a aparente divisão entre tucanos no país. Feldman era visto como uma figura próxima a José Serra (PSDB), ex-governador paulista e candidato segundo colocado na eleição presidencial do ano passado. Isso porque, além de ter sido seu secretário de Esportes, manteve-se na gestão Kassab, apoiando-o na disputa à reeleição em 2008. Além disso, o agora ex-tucano saiu criticando Geraldo Alckmin, atual governador de São Paulo, por ter “essa mania de querer ser candidato de tudo”.

O PSDB de São Paulo tem convenção estadual em maio. Para junho está marcada a etapa nacional dos debates sobre os rumos da sigla. O atual presidente, senador Sérgio Guerra (PE), articula para manter-se no comando, mas há indícios de que Serra briga pelo cargo. A possibilidade de se estabelecer prévias ou tornar pública a dissidência é vista como arriscada para um partido que mostra desgastes internos.

“Não há enfraquecimento do PSDB em São Paulo”, rechaçou Alvaro Dias (PR), líder do PSDB no Senado, a jornalistas. “Não é pela saída de seis vereadores e um (ex-)deputado que se mede a força de partido nem apenas pelos detentores de mandato”, insistiu.

Para Guerra, a notícia não surpreendeu, porque Feldman já mostrava sinais de “falta de motivação”, apesar de ser um dos fundadores da legenda. O líder peessedebista na Câmara dos Deputados, Duarte Nogueira (SP), é um reflexo da derrota dele nas eleições do ano passado. “A saída dele é como a de quem já estava com o passaporte carimbado, mas não tinha passado pela alfândega”, declarou ao UOL Notícias.

Apesar das negativas, o noticiário sobre desgastes internos do principal partido de oposição ao governo Dilma Rousseff são frequentes desde o início do mês. Em 12 de abril, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso propôs, em artigo intitulado “O papel da oposição”, que PSDB deixasse de buscar apoio das camadas mais pobres da população – a quem ele se referiu como “povão” – e priorizasse a nova classe média. O episódio causou contrangimento em alguns correligionários e motivou polêmica em relação à ideologia política do PSDB.

Fusão na oposição

O ex-deputado federal do DEM Paulo Bornhausen declarou, em entrevista ao Poder On Line, que a possibilidade de fusão de partidos de oposição ao governo Dilma Rousseff existe. Dizendo-se “um liderado do governador” Raimundo Colombo, ele admitiu que pode deixar o DEM para aderir ao PSD. Caso isso ocorra, seu pai, Jorge Bornhausen, ex-senador e ex-presidente do então PFL, acompanharia o movimento.

“Ele (Colombo) tem discutido com os tucanos a possibilidade de fusão entre o DEM e o PSDB”, disse. “Na quarta-feira (27), haverá uma conversa entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador Alckmin e o ex-governador José Serra, no sentido de se tentar uma decisão mais rápida sobre se haverá ou não a fusão”, afirmou.

Borhausen fez ainda críticas à falta de definição do PSDB sobre seus próprios rumos, colocando o senador Aécio Neves (MG) como pré-candidato à presidência em 2014. “Creio que se o Aécio concordar, seus aliados no DEM acabam concordando com a fusão”, disse. “O PSDB tem de tomar uma decisão rápida, porque senão corre o risco de perder o protagonismo que exerce nas oposições”, cobrou.

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