Mapa de propinas da Alstom no Brasil inclui ex-funcionários públicos, diz MP suíço

São Paulo – Ex-funcionários públicos foram incluídos no relatório final do Ministério Público da Suíça sobre a investigação de propinas pagas pela empresa Alstom a governos estaduais brasileiros. As denúncias […]

São Paulo – Ex-funcionários públicos foram incluídos no relatório final do Ministério Público da Suíça sobre a investigação de propinas pagas pela empresa Alstom a governos estaduais brasileiros. As denúncias envolvem autoridades de São Paulo e Distrito Federal.

Apenas o ex-banqueiro suíço Oskar Holenweger é acusado na peça. O julgamento do caso deve ocorrer nesta semana no Tribunal Federal da Suíça. A Alstom não estará na condição de réu nesse caso. O objetivo do pagamento de propinas, segundo o Ministério Público suíço, era garantir contratos públicos no Brasil, especialmente com a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), de 1997 e 2002.

Segundo a Agência Estado, ex-diretores da Eletropaulo e um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo são apontados como parte do esquema. O principal alvo da invesigação é Holenweger. Boa parte da acusação coloca transferências de US$ 2 milhões em 20 ocasiões diferentes a ex-funcionários públicos brasileiros como provas da ação ilegal.

Holenweger admite ter feito as transferências bancárias em nome da Alstom no exterior, alegando ter agido “sob o mandato” da empresa. Ele nega ter praticado crimes de lavagem de dinheiro e de caixa 2. Ele diz que acreditava, à época da transação, que a operação seria dentro da lei.

A Alstom limita-se a apresentar uma nota à imprensa de teor semelhante à posição apresentada desde que as investigações foram iniciadas. A multinacional afirma seguir “um rígido código de ética” que a obriga a “respeitar todas as leis e regulamentações mundialmente”. A empresa garante ainda estar colaborando com investigações na Justiça suíça e conclui: “As suspeitas de irregularidades em contratos não foram comprovadas e não estão embasadas em provas concretas”.

Na Justiça brasileira

Em 2010, representantes do Ministério Público Estadual (MPE) de São Paulo apresentaram ação cautelar pedindo o blogueio de US$ 1 milhão depositados em bancos suíços em nome de Robson Marinho. Ele foi conselheiro do TCE a partir de 1997, além de ter trabalhado como tesoureiro da campanha do PSDB em campanhas eleitorais. Marinho é acusado, segundo o MPE, de ter recebido quase US$ 500 mil.

Na Eletropaulo, o nome citado era o de José Geraldo Villas Boas, apontado como receptor de US$ 1 milhão. Sua função seria a de facilitar contratos com a empresa. Ele chegou a trabalhar na própria Alstom depois de deixar a Companhia Energética de São Paulo (Cesp).

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