PSD de Kassab nasce para se aproximar de Dilma e apoiar Alckmin

Prefeito de São Paulo descarta rótulo de “direita” ou “esquerda”, mas defende livre comércio e voto distrital (Foto: Roberto Navarro/Divulgação Alesp) São Paulo – O Partido Social Democrático (PSD), criado […]

Prefeito de São Paulo descarta rótulo de “direita” ou “esquerda”, mas defende livre comércio e voto distrital (Foto: Roberto Navarro/Divulgação Alesp)

São Paulo – O Partido Social Democrático (PSD), criado em uma articulação do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM), descarta fazer oposição tanto ao governo da presidenta Dilma Rousseff como ao do governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB). A afirmação foi feita pelo próprio Kassab nesta segunda-feira (21), no auditório Franco Montoro, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O ato marca o início da coleta de assinaturas para a formalização do organismo junto à Justiça Eleitoral.

A solução em relação à postura do novo partido ante PT e PSDB, partidos que polarizaram as últimas cinco eleições presidenciais, evita constrangimentos e indica objetivos. De um lado, a presença do vice-governador, Guilherme Afif Domingos, entre os apoiadores da nova sigla impediria qualquer postura de oposição aos tucanos no estado. De outro, a saída do DEM está relacionada à intenção de criar um partido que não entre em embates contra o bem avaliado governo federal petista.

“Não nascemos para ser contra. Nascemos para ser a favor do desenvolvimento brasileiro”, pregou. Ele admitiu ainda que a aproximação com o governo Dilma é a razão da saída do DEM. “Eu me sinto desconfortável num partido que quer votar sempre contra porque é contra. Acima dos partidos vêm os interesses do país”, alfinetou. Ele nega que vá compor a base de sustentação do governo, apenas não vai se opor a tudo.

Kassab afirma que a legenda não será nem de direita nem de esquerda, mas “nasce do povo” e tem “compromisso com o Brasil”. “Não existe no mundo de hoje partidos de esquerda ou de direita, existem partidos com o compromisso de que a nação encontre soluções para os seus problemas”, afirmou Kassab.

O prefeito de São Paulo descartou ainda que o PSD tenha sido criado como ponte para posterior fusão ao PSB ou a PMDB, legendas que anteriormente haviam convidado-o a integrar seus quadros. “Essa é a largada de um partido que veio para ficar, não veio para fazer a fusão, veio para disputar as eleições de 2012, sozinho ou coligado”, prometeu.

Em um manifesto lido por Afif, alguns pontos aparecem como diretrizes para o PSD. Elementos genéricos como “desenvolvimento com liberdade”, “transparência e respeito ao contribuinte” e “sustentabilidade e inovação tecnológica” aparecem ao lado de “democracia e voto distrital”, aproximando a legenda do que apregoa o PMDB na reforma política. Há ainda uma série de liberdades defendidas, como a de imprensa, de associação, e de comércio – colocando o agrupamento alinhado a ideias liberais.

“Abaixa o busão”

O início do discurso de Kassab foi interrompido por uma manifestação contra o aumento do ônibus na capital paulista. Seis pessoas entraram no auditório com faixas e gritos de “Abaixa o busão”. Kassab pediu, ironicamente, aplausos aos jovens, com “vivas” à democracia. Depois, demandou que a segurança tratasse os ativistas civilizadamente.

Nas últimas 10 semanas, protestos contra o aumento de R$ 2,70 para R$ 3 na capital paulista vêm sendo realizados. Em pelo menos dois deles, houve repressão policial e denúncia de abusos. Na Alesp, as faixas foram rasgadas pela equipe de segurança e os manifestantes retirados do local.

Leia também

Últimas notícias