Dilma avisa: ‘Não vamos tirar direitos do trabalhador’

Presidenta descarta reforma da Previdência e acusa 'má vontade com o trabalhador' por parte dos críticos da política de valorização do salário mínimo

A presidenta Dilma Rousseff reitera compromissos com direitos dos trabalhadores (Foto: ABr/Arquivo)

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff declarou, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que o governo federal não vai apoiar mudanças na legislação que representem perda de direitos pelos trabalhadores. Ela afirmou que eventuais mudanças para a Previdência dos servidores públicos só valeriam, caso aprovadas, para os funcionários que vierem a ser contratados.

“Não vamos tirar direitos do trabalhador, não. Nem vem que não tem!”, afirmou. Ela respondia sobre um projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional que cria normas para a formação de fundos de previdência complementar para futuros funcionários públicos.

A presidenta também discutiu o futuro da política sobre salário mínimo. Em fevereiro, foi aprovada a proposta do governo com uma fórmula de correção do piso nacional até 2015 que promove valorização do valor acima da inflação. Questionada se a fórmula, que deve proporcionar um reajuste perto de 13,9% em 2012, poderia representar uma “hiperindexação da economia”, Dilma rechaçou.

“Quem está falando que é uma indexação tem imensa má vontade com o trabalhador brasileiro”, atacou. “Quando a economia vai bem, com um atraso de um ano, nós damos o que a economia ganhou ali, porque acreditamos que houve um ganho global de produtividade e de crescimento sistêmico. O prazo de um ano (o reajuste é dado pelo PIB de dois anos anteriores) amortece, mas transfere ao trabalhador um ganho que é dele, é da economia como um todo”, explicou.

Para ela, é “fundamental” estender aos trabalhadores o direito de receber ganhos decorrentes do crescimento da economia. No futuro, depois de alguns anos seguidos de expansão, o cenário muda e haverá outra opção para lidar com o mínimo. “Você terá tido um nível de recuperação da renda que justifica você ter outra meta”, explica. Ela, porém, não adiantou como isso seria feito.

 

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