PT vai à Justiça contra tarifa de ônibus a R$ 3

Manifestantes e vereadores entraram em confronto com a polícia durante protesto contra o aumento da tarifa (Foto:Jéssica Santos de Souza/RBA) São Paulo – A bancada do PT na Câmara paulistana […]

Manifestantes e vereadores entraram em confronto com a polícia durante protesto contra o aumento da tarifa (Foto:Jéssica Santos de Souza/RBA)

São Paulo – A bancada do PT na Câmara paulistana entrou nesta sexta-feira (18) com mandado de segurança, com pedido de liminar, contra o prefeito Gilberto Kassab (DEM). O documento, protocolado no Tribunal de Justiça de São Paulo, pede a impugnação da planilha de custos do reajuste da tarifa de ônibus de São Paulo e, consequentemente, o aumento de R$ 2,70 para R$ 3, em vigor desde 5 de janeiro.

Para o PT, a planilha apresenta uma série inconsistências que levam à suspeita de manipulação para justificar o reajuste. “É necessário submeter a planilha a uma auditoria independente para checar a consistência dos números apresentados. E até que isso seja feito deve ser cancelado o reajuste”, aponta o partido, em nota.

Um dos exemplos citados é o preço do litro óleo diesel, que passou de R$ 1,70 em 2009 para R$ 1,85 em 2010.  Segundo o PT, a Petrobras informou, em consulta, que vende o litro do combustível a R$ 1,70 na capital paulista. A diferença entre os valores representaria uma economia de R$ 5,85 milhões mensais (R$ 70 milhões por ano) apenas nessa na rubrica. A diferença possibilitaria que a tarifa fosse reduzida em pelo menos R$ 0,05 por passageiro pagante, segundo os oposicionistas.

Na quinta-feira (17), o secretário adjunto de Transportes da capital, Pedro Luiz de Brito Machado, reconheceu que a decisão da prefeitura é política, indicando que questões técnicas relacionadas às planilhas não foram decisivas. A oposição a Kassab acredita que o aumento de 11,11%, quase o dobro da inflação dos 12 meses anteriores, foi elevado para evitar novo reajuste em 2012, ano eleitoral.

Protesto

No final da tarde de quinta-feira,  o sexto protesto em seis semanas contra o aumento da passagem terminou em confronto com a Polícia. Seis militantes permaneciam no interior da prefeitura desde as 12h, acorrentados, por iniciativa própria, às catracas de entrada de funcionários. Eles exigiam uma reunião de negociação com Kassab para rediscutir o valor da passagem.

Depois de um dia à espera de uma possível negociação, os manifestantes foram reprimidos pela Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana, quando forçaram as grades que isolavam a área e lançaram rojões. Vários estudantes ficaram feridos e um jovem foi preso e levado para o Hospital do Servidor Público com o nariz quebrado.

Os vereadores José Américo, Antônio Donato e Juliana Cardoso, todos do PT, também foram agredidos. A bancada petista pretende entrar com uma ação na Corregedoria da PM. Por volta das 23h30, os acorrentados saíram pela porta da frente da Prefeitura.

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