Base aliada no Senado acompanha governo no corte de emendas

Brasília – Para os líderes governistas não há porque temer problemas com a base aliada em função de cortes nas emendas parlamentares anunciadas na tarde de quarta-feira (9) pelo ministro […]

Brasília – Para os líderes governistas não há porque temer problemas com a base aliada em função de cortes nas emendas parlamentares anunciadas na tarde de quarta-feira (9) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), “a base está acostumada” e deve aguardar até o segundo semestre para que a liberação de emendas volte à normalidade.

“As emendas costumam ser liberadas no segundo semestre e eu espero que até lá a arrecadação possa aumentar e as emendas possam voltar a ser liberadas”, afirmou o peemedebista.

O líder do PT, Humberto Costa (PE), também procurou minimizar os efeitos do ajuste fiscal e disse que, com a base, “sempre se resolve”. Segundo ele, ao longo do ano o ajuste tende a afrouxar e o diálogo sobre as emendas voltará a acontecer. “Todo mundo sabe que isso não é um corte definitivo, e sim, um contingenciamento para evitar a pressão inflacionária”, alegou o líder do partido da presidente.

O corte no Orçamento Geral da União foi de R$ 50 bilhões, cerca de 1,2% do Produto Interno Bruto. Segundo o governo, estão sendo retirados os incentivos à economia que foram dados na época da crise internacional e que, agora, não são mais necessários. Além disso, pelo menos R$ 18 bilhões da redução será em corte de emendas de parlamentares e de bancadas. O total previsto para esse tipo de rubrica no Orçamento era de R$ 21 bilhões.

A ministra do Planejamento, Míriam Belchior, também anunciou que fará uma auditoria nas folhas de pagamento do funcionalismo público buscando, entre outros objetivos, reduzir pela metade o gasto com passagens e diárias. Além disso, a compra, reforma ou aluguel de imóveis e aquisição de novos veículos para uso administrativo estão proibidos. Concursos públicos foram suspensos e não serão feitas nomeações de quem já foi aprovado.

Grita

Já senadores da oposição preferiram acusar os gastos “irresponsáveis” do governo passado, de Luiz Inácio Lula da Silva como responsáveis pelo corte de verbas parlamentares. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que o ex-presidente Lula gastou muito, provocou a volta da inflação e a consequente necessidade de ajuste nas contas deste ano. “O corte é necessário porque a inflação voltou com força. Ela é oriunda da irresponsabilidade do governo passado que gastou muito, torrou dinheiro para eleger a nossa presidente”, afirmou Torres.

Na opinião dele, a conta vai ser paga pelo salário mínimo e pelas emendas parlamentares, que devem ficar prejudicadas com o corte orçamentário. “Esse preço vai ser pago com o mínimo porque o governo não poderá mais usar o remédio ortodoxo dos juros. Eu temo que isso vá estourar também dentro do Congresso. É uma pena, porque muitas dessas emendas são reforços na áreas de educação, saúde e segurança”, lamentou o oposicionista.