Aumento salarial de parlamentares e autoridades do Executivo influencia debate do mínimo, dizem parlamentares do Rio

Rio de Janeiro – O aumento de até 149% nos salários de deputados federais, senadores, ministros e do presidente da República vai influenciar os debates em torno do valor do […]

Rio de Janeiro – O aumento de até 149% nos salários de deputados federais, senadores, ministros e do presidente da República vai influenciar os debates em torno do valor do novo salário mínimo. A opinião é de parlamentares fluminenses, diplomados nesta quinta-feira (16) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio, no Teatro Municipal.

O senador eleito Lindberg Farias (PT) afirmou que a decisão repercute diretamente nas negociações em torno do salário mínimo, que teve o valor estipulado em R$ 540 na proposta de Orçamento enviada pelo governo ao Congresso. “Com um aumento dessa envergadura no salário do Poder Legislativo e do Poder Executivo, o governo vai ter que se sentar com calma com as centrais sindicais. Qual é a argumentação com o povo trabalhador do país? Com essa decisão do Parlamento, é muito difícil segurar o salário mínimo em R$ 540. Eu acho que vai haver um reajuste maior pois, se não houver, o povo não vai entender”.

O deputado federal reeleito Chico Alencar (PSOL) também discordou da votação de ontem (15) no Congresso. “Claro que parlamentar tem que ganhar bem e ter condições dignas de exercer o mandato. Repor perdas de inflação é defensável. Mas, nesse patamar, ninguém defendeu isso na campanha. É uma sem-vergonhice, um absurdo. Parece que é a casa das farturas no país das dificuldades”.

A questão também merece um novo debate, na avaliação do deputado federal reeleito Miro Teixeira (PDT). “Eu creio que todo projeto dessa natureza deva ser debatido, demorada e publicamente. A transparência tem que ser absoluta e a publicidade dos atos, preservada”. Teixeira também acredita que o novo valor do salário mínimo será influenciado pela decisão de aumento dos salários das autoridades.

A lei aprovada ontem pelo Senado e pela Câmara dos Deputados, em sessões extraordinárias, fixou em R$ 26.723,13 o salário do presidente da República e do vice-presidente, ministros de Estado, deputados federais e senadores, que terão percentuais diferenciados de reajuste para atingir esse teto. O valor passa a vigorar a partir de 1º de fevereiro.

Fonte: Agência Brasil

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