Votação de Dilma mostra êxito do governo Lula, diz Paul Singer

Secretário de Economia Solidária espera que segundo turno seja marcado por discussões dos problemas brasileiros

Singer aponta a votação de Marina como a principal surpresa da votação (Foto: Elza Fiúza/ABr)

São Paulo – Mesmo sem conquistar a vitória no primeiro turno, o desempenho de Dilma Rousseff (PT) mostra o êxito do governo Lula, na avaliação do professor Paul Singer, secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego. “O grande prestígio do presidente Lula, a meu ver merecido, mostra que esse governo fez muita coisa pelo país. O carisma não vem de graça”, afirmou, à Rede Brasil Atual. Para Singer, não existe obrigação de ganhar na primeira votação.

Ele manifestou esperança de que haja um debate efetivo no segundo turno. “Como tantos outros, espero que os grandes problemas do país sejam debatidos, em vez de se tentar destruir o caráter das pessoas”, opinou.

Não foi o que aconteceu nos últimos meses, segundo ele mesmo admitiu. “Praticamente não houve um dia em que não aconteça um escândalo de corrupção. Isso pode acontecer (agora) tanto com o Serra com a Dilma. Ninguém controla isso. É muito pobre o povo escolher alguém por estar, digamos, sendo menos denunciado do que o outro”, comentou Singer.

Ele refere-se ao episódio da ex-ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Silva, que  prejudicou a candidatura de Dilma, pela proximidade entre as duas. Afirmando não estar defendendo Erenice, ele lembrou que até agora as investigações da Controladoria Geral da União (CGU) não provaram nada contra a ex-chefe da Casa Civil. “À primeira vista, isso não está sendo efetivamente divulgado”, ponderou.

Ainda para Singer, a surpresa foi a significativa votação da candidata do PV, Marina Silva. Singer avalia ser difícil afirmar, sem dados mais precisos, se os votos perdidos por Dilma migraram para Marina em vez de Serra, mas arrisca uma possível explicação, comentada nos últimos dias, de que a candidata do PT teria perdido votos entre os evangélicos, por causa de uma polêmica sobre a legalização do aborto.

Da mesma forma, ele considera quase impossível prever qual será o posicionamento da candidata do PV em segundo turno. “Conheci Marina no governo, mas depois ele saiu do governo, saiu do PT e aceitou o convite do PV e mudou de posição.” Singer lembra que o PV tem se aliado mais ao PSDB, mas isso ainda será discutido internamente no partido. “Ela vai ouvir a direção, não vai agir como se fosse a proprietária desses 20%”, avaliou.

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