Reitor da UFMG declara apoio a Dilma por expansão do ensino superior no governo Lula

Universidade apontou também 'anos difíceis', enfrentados pela educação no país durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso. Eles criticam ênfase de tucanos na educação básica e técnica

São Paulo – O atual reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e sua vice  declararam apoio à candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. Entre os argumentos, está a comparação entre os projetos para o sistema universitário da candidata governista e do oposicionista José Serra (PSDB). A manifestação consta de um boletim interno divulgado na segunda-feira (18).

O texto é assinado por Ronaldo Tadêu Pena, Heloisa Murgel Starling e Marcos Borato Viana (vice na gestão anterior). “O governo Lula estabeleceu, de fato, a educação, em todos os níveis, como prioridade absoluta”, elogiam. O documento lembra o cenário do ensino superior nos anos de governo de Fernando Henrique Cardoso, quando a UFMG chegou a ser obrigada a suspender pagamento de serviços básicos como energia elétrica e água no segundo semestre de 2003.

“A partir de 2004, em contraste, o Brasil passa a experimentar a maior expansão de seu sistema federal de educação superior. Universidades foram criadas em várias regiões do país. Muitas universidades já existentes implantaram campi fora das sedes”, comparou o documento, referindo-se à transição para o governo Lula.

Para os diretores da universidade, o governo atual cumpriu com as necessidades das federais e deu assistência estudantil. “Cabe enfatizar que todos esses projetos de expansão do sistema federal contaram com a indução do Ministério da Educação (MEC), que aporta recursos orçamentários de custeio, investimento e pessoal para viabilizá-los”, celebra o texto.

Eles frisam ainda a qualidade do diálogo entre o MEC e os reitores das universidades, permitindo acordos favoráveis às instituições. Há ainda elogios ao atual ministro, Fernando Haddad, e críticas a Paulo Renato, ministro da pasta na gestão de FHC e secretário de Educação do Estado de São Paulo. O alvo é a ênfase dada pelos tucanos ao ensino básico e tecnológico, “deixando o ensino universitário submetido às forças do mercado”.

Não é a primeira manifestação pró-Dilma vinda de dirigentes acadêmicos. No início do mês de outubro, foi lançado o ‘Manifesto de Reitores das Universidades Federais à Nação Brasileira’, destacando o investimento recorde do governo Lula ao sistema estudantil, inauguração de Escolas Técnicas e programas direcionados ao ensino, como o programa Universidade para Todos (ProUni). Entre os 37 reitores que assinaram o manifesto, estão universidades como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a de Brasília (UnB).