Na TV, candidatos citam Deus e ‘família’

Dilma combate campanha suja de 'corrente do mal'. Serra destaca discurso de comemoração do resultado no primeiro turno

Dilma iniciou sua fala “agradecendo a Deus por duas graças concedidas” (Foto: Reprodução)

São Paulo – Na reestreia da propaganda eleitoral gratuita, a candidata do PT à Presidência da República, os candidatos fizeram menções a Deus e à defesa da família no programa. Tanto a governista Dilma Rousseff (PT) quanto o oposicionista José Serra (PSDB) relembraram propostas já apresentadas no primeiro turno e afirmaram representar avanços para o país.

Serra destacou seu discurso de comemoração do resultado do primeiro turno. Trechos de sua fala relacionados à defesa da democracia, a políticas de geração de empregos, elogios a Marina Silva (PV). Disse ainda querer governar para respeitar “valores cristãos, a democracia e o meio ambiente”.

O tucano ainda tentou desconstruir a imagem de Dilma, comparando-a novamente a Fernando Collor de Mello, e afirmando que ela não tem conteúdo nem história. O programa de PSDB ainda lembrou que os deputados constituintes do PT não assinaram a Constituição de 1988, e insinuou que o PT despreza instituições democráticas.

A propaganda da oposição ainda exibiu imagens de mulheres grávidas, para introduzir a questão da saúde, apontada como prioridade da candidatura de Serra. Indiretamente, as imagens também representam uma alusão indireta às críticas relacionadas à posição do PT e de Dilma sobre o aborto.

Corrente do mal

Os boatos de que a candidata governista e seu partido são favoráveis ao aborto também foram tema do programa de Dilma. O programa destacou o que ela considera ser uma campanha suja na internet, dizendo que se trata de uma “corrente do mal”.

“Dilma é uma mulher honesta que respeita a vida”, disse uma atriz em frente ao computador. O texto aponta que a “internet é boa”, mas vem sendo usada para divulgar mentiras. A campanha sugere que os eleitores que receberem boatos pela internet acessem o site da candidata para “enviar uma mensagem de amor” ao remetente do e-mail.

A candidata abriu seus 10 minutos “agradecendo a Deus por duas graças concedidas” – ser candidata e ter recebido 47 milhões de votos no primeiro turno. Ela afirmou que 67% dos brasileiros “querem uma mulher como presidente do Brasil”, somando o percentual de votos recebidos por ela e por Marina Silva (PV), terceira colocada na disputa. Para Dilma, “mais importante do que ser mulher” é representar o projeto de continuidade do governo Lula.

Dilma voltou a defender a expansão do programa Minha Casa, Minha Vida e da segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2). Repetiu ainda propostas relacionadas às Unidades de Pronto Atendimento (UPA).

Campeões de voto

Ambos os candidatos recorreram ainda a aliados eleitos no primeiro turno. Dilma os governadores eleitos Tarso Genro (PT-RS), Jacques Wagner (PT-BA), Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Cid Gomes (PSB-CE), Renato Casagrande (PSB-ES) e Eduardo Campos (PSB-PE). Os aliados vitoriosos ao Senado levados ao ar foram Delcídio Amaral (PT-MS), Marcelo Crivella (PRB-RJ), Roberto Requião (PMDB-PR), Marta Suplicy (PT-SP) e Cristovam Buarque (PDT-DF).

Serra colocou depoimentos de Aécio Neves (PSDB-MG), Beto Richa (PSDB-PR), Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Raimundo Colombo (DEM-SC)