Denúncias polarizam o debate na Record

São Paulo – Os candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), fizeram um debate nesta segunda-feira (26), na Record, marcado pela confrontação de acusações de […]

São Paulo – Os candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), fizeram um debate nesta segunda-feira (26), na Record, marcado pela confrontação de acusações de corrupção e do embate sobre privatizações e PAC.

Serra fugiu de temas como geração de empregos e do caso Paulo Preto (Paulo Vieira de Souza), ex-diretor do Dersa acusado de desviar dinheiro público em São Paulo e depois sumir com R$ 4 milhões da campanha tucana. Já o tucano procurou questionar Dilma sobre o Caro Erenice Guerra (ex-ministra da Casa Civil), além de tentar colar na candidata a fama de privatizadora por causa dos contratos da Petrobras com empresas nacionais e estrangeiras antes da descoberta do pré-sal.

O clima também ficou quente no meio do terceiro e último bloco, quando Serra fez uma pergunta a Dilma sobre o MST. Antes de responder, a petista pediu calma ao tucano. “É bom que a gente mantenha um certo nível, um pouco mais de elegância. Não se ganha debate ou se governa com desdém. E a autosuficiência e a soberba não conduzem a bons resultados, nem a debate nem dirigindo um país”, disse.

Abaixo, leia o relato dos três blocos do debate na Rede Record.

Primeiro bloco

No primeiro bloco, as denúncias de irregularidades dominaram as respostas dos candidatos. Serra iniciou criticando o PAC. “O PAC é na verdade uma lista de obras. Não há planejamento, com um índice de realização pequeno”. Dilma respondeu falando do andamento de várias obras, como as refinarias, a transposição do Rio São Francisco e as ferrovias, exemplificando a Transnordestina. “Estamos com quase 10 mil trabalhadores em Salgueiro. Você  (Serra) está enrolando. Na TV, você diz que vai fazer as obras que já estão no PAC. Lista de obras é o ‘Avança Brasil'”, disse.

Os dois candidatos também falaram em projetos de banda larga. Dilma acusou Serra de barrar o projeto do governo federal em São Paulo e disse que há cerca de 65% de escolas já com a banda larga. “Só não tem mais porque São Paulo não aderiu ao projeto.” Além disso, Serra não respondeu sobre o que faria com o ProUni, mantendo ou não a ação de inconstitucionalidade proposta pelo DEM, partido do vice Indio da Costa. Também no primeiro bloco, Serra insistiu no caso Erenice. E Dilma, no caso engenheiro e ex-diretor do Dersa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. 

Segundo bloco

 No segundo bloco, o tema central foi a Petrobras e a privatização da estatal após a descoberta do pré-sal. Dilma questionou o modelo proposto pelo tucano e disse que, agora, ele quer ‘privatizar o filet mignon’. Serra questionou, dizendo que nunca se privatizou tanto quanto no governo petista, falando sobre 108 concessões da Petrobras.

“O pré-sal é um bilhete premiado. Logo após a descoberta mudamos todos os modelos. E acho estranho que um aliado seu (Luis Paulo Veloso Lucas) diga que está errado o nosso modelo de operar com a Petrobras”, disse Dilma.

Os candidatos também falaram sobre ambiente. Dilma disse que vai manter os compromissos assumidos pelo Brasil em Copenhague, como acabar com 80% do desmatamento na Amazônia e reduzir a 40% no Cerrado. Serra disse que iria zerar o desmatamento na Amazônia.

Terceiro bloco

O bloco final começou com o candidato Serra perguntando a Dilma sobre o apoio do MST a sua candidatura. “Não tratamos nenhum movimento social nem com cacetete, nem com repressão”, disse Dilma, citando episódios como o de Eldorado dos Carajás. Serra atacou o MST, dizendo que ele “usa a reforma agrária como pretexto” para agir com violência e “quebrar a ordem jurídica”. Na tréplica, Dilma respondeu: “Não concordo com tudo o que o MST faz, sempre deixamos claro que somos a favor da legalidade. Agora, não está certo você achar que o MST é questão de polícia. É questão de política social.”

Dilma questionou o tucano sobre sua política de geração de empregos, comparando os cinco milhões de vagas geradas no governo FHC com os 15 milhões do governo Lula. O tucano não falou sobre proposta, mas respondeu a questão tratando de juros e do aumento da fiscalização, que segundo ele, foi o responsável pelos números obtidos por Lula.

 

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