Dilma: ‘É possível erradicar a pobreza nos próximos anos’

Candidata afirma que governo Lula rompeu “tabu” de que era impossível a economia crescer com distribuição de renda (Foto: Ivone Perez) Rio de Janeiro – Durante o encontro com centenas […]

Candidata afirma que governo Lula rompeu “tabu” de que era impossível a economia crescer com distribuição de renda (Foto: Ivone Perez)

Rio de Janeiro – Durante o encontro com centenas de artistas e intelectuais que acabou por reunir cerca de duas mil pessoas nas ruas em torno de um teatro do Rio de Janeiro na noite de segunda-feira (18), a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, assumiu o compromisso de erradicar a pobreza até o final de seu eventual governo.

“O meu compromisso é que é possível erradicar a pobreza no Brasil. Não só é possível como é visível. Nós temos a possibilidade de fazer isso nos próximos anos. Nós tiramos da pobreza – e esse não é um dado que possa ser objeto de disputa eleitoral – cerca de 28 milhões de brasileiros. Nas condições em que estavam estes 28 milhões, existem atualmente outros 21 milhões. Ou seja, mantida ou acelerada essa política, nós temos um horizonte no qual podemos enxergar para os brasileiros que ainda estão em situação de miséria, a saída dessa situação”, disse a candidata.

Dilma afirmou que a erradicação da pobreza no país é a conseqüência natural do processo de mudanças iniciadas no governo Lula: “Nós iniciamos o processo que desencadeou, eu acredito, uma das maiores transformações do Brasil. Não fizemos apenas algumas mudanças pontuais. O que nós fizemos foi uma mudança na trajetória do Brasil. Nós acabamos com o tabu de que era impossível que esse país crescesse e distribuísse renda”.

A candidata do PT afirmou que esse tabu ainda é alimentado pelas forças que apóiam a candidatura de seu adversário na disputa presidencial, o tucano José Serra: “Por trás desse tabu está uma visão mercantil do Brasil, uma visão que olhava os brasileiros e dizia o seguinte: pouco importa que uma parte vai ser excluída desde que a parte incorporada possa crescer e desfrutar do crescimento. Por trás disso tem uma visão que nega historicamente a importância da população do país na construção da sua própria nacionalidade”, disse.

O governo Lula, segundo Dilma, colocou essa visão definitivamente no passado: “Nós rompemos com esse processo. Essa ruptura é recente, tem exatos oito anos, mas é ela que explica porque o Brasil mudou e porque somos respeitados. É isso que nos distingue radicalmente de nossos adversários. Governo nenhum consegue tirar 28 milhões de pessoas da pobreza e incorporar 36 milhões às classes médias se não perseguir esse objetivo sistematicamente”, disse a petista, para aplausos entusiasmados da platéia.

“Milagre tucano”

Dilma Rousseff não poupou críticas ao governo do PSDB que antecedeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “Em 2003, nós recebemos o país com inflação elevada e de joelhos diante do FMI. Era um momento muito difícil, em que nós não tínhamos dinheiro praticamente para nada porque tínhamos recebido misteriosamente o país – depois da venda de R$ 100 bilhões do patrimônio – com uma dívida que tinha dobrado de tamanho. Esse é o milagre da gestão financeira dos tucanos”, disse.

Ao comentar o prestígio internacional adquirido pelo Brasil durante o governo Lula, a candidata do PT, mesmo sem citar o nome, fez uma clara alusão ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: “Quando nós pagamos o FMI, vocês podem ter certeza que isso foi condição para nossa altivez internacional porque eu não acredito que um devedor amarrado em todas as tramas do endividamento com o FMI possa ter qualquer soberania em relação àqueles que controlam o Fundo Monetário. Hoje também somos respeitados lá fora por uma outra razão: ninguém respeita quem deixa parte do seu povo passar fome. Pode ser o intelectual mais brilhante, mas ninguém respeita”.

Dilma apontou outra razão para o aumento do prestígio internacional do Brasil: “Nossa altivez do ponto de vista da política internacional se deve primeiro aos nossos princípios em relação ao mundo. Ao termos uma preferência por retomar as relações com a América Latina, com a África, com os países do Sul, nós mostramos que somos capazes de estabelecer relações diversificadas e plurais”, disse.

Presenças

Além da presença massiva de artistas e intelectuais, o ato de apoio à Dilma Rousseff no Rio de Janeiro contou com a presença de inúmeros políticos. No palco estiveram o candidato a vice na chapa da petista, deputado Michel Temer (PMDB-SP), o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o prefeito da capital, Eduardo Paes.

Marcaram presença ainda os ministros Marco Aurélio Garcia (Assuntos Internacionais), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Juca Ferreira (Cultura), Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia), Nilcéia Freire (Secretaria de Mulheres) e José Gomes Temporão (Saúde). Também subiram ao palco o ex-ministro do Meio Ambiente e deputado estadual reeleito Carlos Minc e o ex-ministro da Justiça e advogado Márcio Thomaz Bastos, ambos apontados como ministeriáveis em caso de vitória de Dilma.

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