Com base maior no Congresso, Diap aposta em novo ciclo de oito anos para Dilma

Para analista, presidente popular sempre faz o sucessor. Termômetro é o grau de satisfação de eleitor

São Paulo – A vitória de Dilma Rousseff (PT) no segundo turno das eleições presidenciais neste domingo (31), pode se iniciar um novo ciclo de oito anos – e não apenas quatro. A avaliação é de  Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). “A não ser que haja trapalhadas, erros grosseiros na economia, é um novo ciclo. É o grau de satisfação do eleitor que decide”, afirma, em entrevista à Rede Brasil Atual.

“Presidente popular sempre faz seu sucessor”, resume Queiroz. Para ilustrar a tese, ele lembra que Itamar Franco (atualmente no PMDB), com mais de 50% de aprovação, elegeu Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que por sua vez se reelegeu com base em uma plataforma apoiada no Plano Real. Luiz Inácio Lula da Silva iniciou um novo período, garantindo a reeleição com indicadores positivos na economia e na área social.

O diretor do Diap lembra que a sucessão está diretamente ligada ao grau de bem-estar da população. “Isso vale mesmo para o país em que o Estado não tem participação muito forte na economia”, acrescenta.

O analista acredita que o “déficit de carisma” de Dilma em relação a Lula será compensado por dois fatores: uma base muito mais ampla de apoio no Congresso e a fidelidade partidária, que em tese permitirá ao governo negociar com partidos e não de forma individual. Além disso, o PMDB, partido-chave em qualquer composição, será co-responsável pelo governo.

Dilma também deverá ter a vantagem de encontrar um cenário menos hostil nos estados, mesmo os governados por partidos de oposição. “Os governadores eleitos não são do estilo virulento, de enfrentamento. Querem fazer boas gestões, e precisarão manter boas relações com o governo federal. No Congresso é a mesma coisa”, completou.

 

Leia também

Últimas notícias