Campanha agressiva de Serra favoreceu Dilma, diz Sensus

São Paulo – A análise do instituto Sensus sobre a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (27) é de que as críticas e a agressividade das acusações trocadas entre os candidatos à […]

São Paulo – A análise do instituto Sensus sobre a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (27) é de que as críticas e a agressividade das acusações trocadas entre os candidatos à Presidência da República favoreceram Dilma Rousseff (PT). Na visão de Ricardo Guedes, diretor do instituto, a “difamação mútua” faz com que o eleitor volte sua atenção a aspectos econômicos e políticos, especialmente nas regiões Sul e Sudeste.

A alta aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforça essa vantagem. “O eleitor do Centro-Sul, que é mais ligado ao noticiário, volta sua pauta logo para economia e política”, resumiu Guedes.

A pesquisa Sensus encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada nesta quarta mostra vantagem de 17 pontos percentuais para Dilma. A margem é três vezes maior do que a constatada no levantamento anterior, que registrava empate técnico em 13 de outubro. 

Inicialmente, uma onda de denúncias contra o governo e boatos relacionados à posição de Dilma sobre aborto e temas sensíveis a setores religiosos do eleitorado prejudicaram a petista a partir de setembro, na reta final do primeiro turno. Agora, às vésperas do segundo turno, surgiram acusações e críticas contra José Serra (PSDB).

Guedes cita três fatores: o episódio do aborto que teria sido realizado no exílio nos anos 1970 por Monica Serra, mulher do candidato; a forte ação da campanha petista lembrando dos mandatos deixados pelo tucano antes do fim; e denúncias de desvio de R$ 4 milhões da coligação encabeçada pelo PSDB envolvendo Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa.

Segundo o Sensus, Dilma vê aumentar seu nível de intenção de votos no Sul, Sudeste e Norte-Centro-Oeste. O Sul é a única região em que Serra está na frente. No Nordeste, ela perdeu três pontos percentuais, mas mantém 26 pontos de vantagem.