Briga pelo Senado tira uma dúzia de ‘figurões’ da oposição do Congresso

Arthur Virgílio e Tasso Jereissati, ambos do PSDB, foram derrubados pela disputa ao Senado (Fotos: Antônio Cruz/ABr e José Cruz/ABr) São Paulo – As eleições 2010 contabilizam um número expressivo […]

Arthur Virgílio e Tasso Jereissati, ambos do PSDB, foram derrubados pela disputa ao Senado (Fotos: Antônio Cruz/ABr e José Cruz/ABr)

São Paulo – As eleições 2010 contabilizam um número expressivo de “vítimas” entre nomes consagrados da política nacional dos últimos anos. Ex-ministros, prefeitos, governadores e outras personalidades – sobretudo de oposição ao governo Lula – saíram derrotados das urnas. Pelo menos 12 lideranças ficaram de fora.

Para o cientista político David Fleischer, a derrota de tradicionais lideranças no Senado se deve, em parte, pelo esforço do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha. Em entrevista à Agência Câmara, ele explica que o esforço do presidente foi para permitir que um eventual governo Dilma Rousseff (PT) tenha uma bancada maior e mais coesa do que Lula teve. Ele acredita que a oposição terá de ser mais “cerebral” e menos radical.

Uma das baixas ocorreu em Pernambuco, onde Marco Maciel (DEM) terminou em terceiro e não se reelegeu para o senado. Vice-presidente da república nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002), Maciel também foi governador de Pernambuco e senador por dois mandatos. Além dele, a oposição também vê sem mandato Raul Jungmann (PPS), ex-ministro da Reforma Agrária no governo FHC. Foram derrotados por Armando Monteiro (PTB) e Humberto Costa (PT).

Em Alagoas, a derrota foi da esquerdista Heloisa Helena (PSOL), que ficou atrás de Benedito Lira (PP) e Renan Calheiros (PMDB). Senadora eleita pelo PT em 1998, saiu do partido e se destacou por críticas agressivas ao governo durante a crise política de 2005. Em 2006, ela foi candidata à Presidência da República e recebeu 6,5 milhões de votos (6,85% do total).

Outro parlamentar emblemático da crise do mensalão também fica sem mandato. O tucano Arthur Virgílio (AM), que chegou a falar em bater no presidente Lula em 2005, perdeu a segunda vaga no senado pelo Amazonas para Vanessa Graziotin (PcdoB).

Na Bahia, dois herdeiros de Antonio Carlos Magalhães acusam a diminuição de poder de tal legado. Cesar Borges (PR) e José Carlos Aleluia (DEM) terminaram respectivamente em terceiro e quinto lugares na disputa do senado. Ambos fizeram parte do grupo político do líder morto em 2007.

No Piauí, são duas as baixas. Heráclito Fortes (DEM) ficou em quarto lugar na disputa para o Senado, atrás do também derrotado Mão Santa (PSC), ex-governador do estado. Ainda no Nordeste, o DEM perdeu ainda o senador Efraim Morais, que não conseguiu a reeleição na Paraíba.

No Rio de Janeiro, o DEM sofre grave perda com a derrota de Cesar Maia, que despontava como grande liderança do partido. Também na região Sudeste, a tucana Rita Camata (ES), vice de José Serra em 2002, perdeu disputa para o Senado.

No Paraná, a eleição em primeiro turno de Beto Richa (PSDB) não ajudou seu colega de partido Gustavo Fruet, que ficou atrás de Gleisi Hoffmann (PT) e do ex-governador Roberto Requião (PMDB).

O tucano Antero Paes de Barros também fica sem mandato após terminar em quarto lugar na disputa pelo senado no Mato Grosso.