No 1º debate, Dilma reage e dá novo tom à campanha no 2º turno

Dilma Rousseff no primeiro debate para o 2º turno (Foto: Roberto Stuckert Fº) São Paulo – “Lamento suas mil caras, Serra”. Esse foi um dos motes do primeiro debate do […]

Dilma Rousseff no primeiro debate para o 2º turno (Foto: Roberto Stuckert Fº)

São Paulo – “Lamento suas mil caras, Serra”. Esse foi um dos motes do primeiro debate do segundo turno entre os candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). A petista não ficou na defensiva. Ao contrário, acuou o tucano em vários pontos: da campanha de calúnias na internet às privatizações no governo Fernando Henrique Cardoso, passando pela venda do banco Nossa Caixa para o Banco do Brasil.

Dilma lembrou a participação da mulher de Serra, Mônica, em episódios de desvirtuação da campanha, na reta final do primeiro turno: “Sua esposa, disse que ‘a Dilma é a favor da morte de criancinhas'”. Depois complementou: “Isso é ódio, coisa que o Brasil não tem”. Serra não respondeu, nem defendeu Mônica.

O tucano também se calou quando, ainda no primeiro bloco, Dilma o instigou a falar sobre o assessor de campanha do PSDB Paulo Vieira de Souza, que é acusado de desaparecer com R$ 4 milhões da campanha do tucano.

Dilma também se mostrou firme na discussão sobre a polêmica do aborto, indevidamente criada pela campanha tucana. Ela lembrou que Serra, quando foi ministro da saúde, baixou uma norma regulamentando o procedimento abortivo em casos de estupro e de risco à vida da mulher, pelo SUS. 

Desde o início da polêmica, Serra vem dizendo que Dilma defende o aborto, mas a candidata insistiu e mostrou que ela defende é que ele deixe de ser considerado crime, pois coloca milhares de mulheres pobres sob risco de morte. “Concordo com a regulamentação (feita por Serra, em 1998). São milhares de mulheres que praticam aborto em condições precárias (a cada ano). O que vamos fazer com essas mulheres, atender ou prender?”

Privatizações

Outro tema bastante presente no debate foi a privatização – com prejuízos ao país – de empresas estatais durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. A petista observou que o assessor do tucano e ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), David Zylbersztain recentemente se manifestou favorável à privatização do pré-sal. 

A petista também citou a tentativa de divisão da Petrobras para ser negociada em partes, ainda no governo FHC.

Serra tentou sair do tema privatizações da era FHC defendendo a da telefonia. “O Brasil hoje tem 190 milhões de telefones “, disse o tucano, que finalizou: “A era do PT seria a era do orelhão”. Dilma, em seguida rebateu: “O meu Brasil não é do orelhão, é o da banda larga”.

Outra tentativa de privatização bastante discutida foi a da Nossa Caixa, banco estadual de São Paulo. Dilma acusou o tucano de querer vender o banco e disse que o governo federal interveio para que a instituição – que já sofria um processo de desmantelamento – não fosse vendida a empresas internacionais. “Nós privilegiamos empresas brasileiras e vocês, o capital estrangeiro”, disse a petista.

Dilma também questionou seu adversário sobre a continuidade -em um eventual governo tucano – de programas do governo Lula, como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, entre outros. “Vou continuar tudo o que deve ser continuado”, disse Serra, sem nominar quais seriam esses programas.

Mas Dilma lembrou que Serra é famoso por não cumprir as promessas que faz, como o de que iria concluir seu mandato como prefeito de São Paulo (que chegou a registrar em cartório), o de cumprir seu mandato como governador paulista e outras. “Que garantias a gente pode ter de que você vai mesmo continuar os programas do nosso governo?”, questionou.

Serra também  teve de responder sobre as principais mazelas do governo de São Paulo, como a da aprovação automática nas escolas e a dos baixos salários dos policiais. Foi questionado também sobre sua política de combate às drogas.

A íntegra do debate pode ser conferida no site da Rede Bandeirantes.

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