Tucanos acirraram violência contra pobreza, diz líder do MST

Líder do MST, Gilmar Mauro (Foto: Divulgação) São Paulo – Para Gilmar Mauro, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), o governo paulista paralisou a reforma agrária. Durante a […]

Líder do MST, Gilmar Mauro (Foto: Divulgação)

São Paulo – Para Gilmar Mauro, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), o governo paulista paralisou a reforma agrária. Durante a gestão de José Serra (PSDB), o ativista afirma que houve investidas para criminalizar o movimento. Uma eventual eleição de Geraldo Alckmin (PSDB) significa a “continuidade do projeto neoliberal”, disse Mauro em entrevista à Radioagência NP.

“Nunca conseguimos fazer uma reunião com o Serra quando ele era governador, a única que fizemos foi com secretários de governo”, critica. “Está tudo praticamente paralisado, todos os processos de arrecadação de terras, porque não há iniciativa nenhuma do governo do estado em arrecadar”, sustenta.

Mauro exemplifica a situação com a greve dos trabalhadores do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), responsável pelos processos de desapropriação de áreas para reforma agrária. “Há um desmonte desse órgão por parte do governo Serra”, acusa.

O líder explica que o governo do estado precisa tomar iniciativas judiciais junto a procuradorias de Justiça para reivindicar áreas públicas, por exemplo. “Além de não arrecadar terras, o governo Serra buscou regularizar o ‘grilo'”, acusou. Ele refere-se a normas aprovadas pela Assembleia Legislativa que, em sua visão, favoreceram a oficializar a posse irregular de áreas (grilagem).

Em 2009, agricultores sem-terra foram acusados de destruir pomares de laranja da empresa Cutrale. O MST afirma que a área da fazenda foi grilada e depois repassada à produtora de sucos. O caso foi um dos estopins para a instalação de uma CPMI no Congresso para investigar o movimento.

Além de não haver interesse em promover a reforma agrária, Mauro afirma que ocorreu um recrudescimento de ações de repressão à movimentos de trabalhadores. “As ações policiais, nos últimos tempos – diferentemente de algum tempo atrás, quando havia algum tipo de diálogo –, têm acontecido de forma muito mais violenta”, afirma. “Aliás, não só conosco, mas com professores, com a própria polícia civil, trabalhadores urbanos, das favelas etc.”, critica.

Mauro vê ainda riscos de acirramento de políticas de privatização no estado. Nesse caso, ele cita as rodovias cedidas à iniciativa privada e o excessivo número de praças de pedágio. Já uma eventual vitória de Serra na disputa à presidência representaria “um aumento vertiginoso do processo de criminalização da pobreza”.

Com informações da Radioagência NP

 

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