Candidato acusado de ter elos com PCC divulgava vídeo e foto com Alckmin

(Foto: Reprodução) São Paulo – Acusado de lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e de ligações com o crime organizado, o candidato a deputado federal Ney Santos (PSC) divulgava fotos de […]

(Foto: Reprodução)

São Paulo – Acusado de lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e de ligações com o crime organizado, o candidato a deputado federal Ney Santos (PSC) divulgava fotos de campanha ao lado de Geraldo Alckmin (PSDB), primeiro colocado nas pesquisas de opinião na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. O candidato tucano também participou do lançamento da candidatura de Santos e aparece em vídeo de apoio. Operação da Polícia Civil acusa Santos de usar uma rede de postos de gasolina, a ONG Vida Feliz e uma factoring para lavar dinheiro.

Na quinta-feira (16), Claudinei Alves dos Santos teve seus bens bloqueados por ordem judicial. Na sexta (17), ele teve prisão decretada, mas, pela lei eleitoral, os candidatos não podem ser detidos durante a campanha.

Segundo a polícia, o integrante do PSC esteve preso de 2003 a 2005 e, desde então, teria acumulado R$ 100 milhões de patrimônio. A Delegacia Seccional de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, começou a investigar a partir de denúncia de que Santos teria usado os 15 postos que detém para cadastrar 100 mil eleitores, que teriam ainda trocado votos por combustíveis.

Reportagem da TV Record mostra operação policial que apreendeu vários bens de Santos, entre eles  uma Ferrari avaliada em R$ 1,5 milhão, uma Porsche, além de documentos e computadores. A matéria cita que o ele é dono de duas mansões, carros de luxo e postos de combustíveis.

Uma foto cadastrada no dia 22 de dezembro de 2009 na galeria de imagens de campanha de Santos mostra o candidato ao lado do então secretário de Desenvolvimento do estado de São Paulo. Posteriormente, Alckmin se desincompatibilizou do cargo e concorre atualmente ao governo paulista.

Vídeo produzido durante o lançamento da candidatura de Santos mostra Alckmin parabenizando o ex-presidiário pela decisão de candidatar-se a deputado pela coligação Unidos por São Paulo. “O futuro começa hoje e se chama juventude. Então quero trazer o meu abraço e os meus cumprimentos ao Ney Santos que será candidato a deputado, cumprimentá-lo pela sua iniciativa por que ele está no PSC que está coligado conosco nesta caminhada. Vamos trabalhar juntos unidos por São Paulo e pelo Brasil”, discursou o tucano.

Em entrevista à TV, Santos negou as acusações e se disse perseguido por sua origem humilde. Nascido em Embu das Artes, também na região oeste da Grande São Paulo, o candidato atribuiu seu sucesso as “bênçãos de Deus”. Ele afirmou não ter sido ainda ouvido pela polícia e seu depoimento foi agendado.

A Polícia Civil acusa ainda o candidato a deputado federal de usar laranjas para operar postos de gasolina. O inquérito trata o candidato como “Nei Gordo”, atribuindo-lhe o codinome usado até 2003 como membro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Sua prisão, em Marília (SP), foi por envolvimento em roubo de malotes de dinheiro.

Na declaração de bens apresentada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, Ney Santos aponta patrimônio de R$ 1,3 milhão. As despesas parciais de campanha até agosto, também disponíveis pelo TRE, mostram R$ 330 mil. A investigação o acusa de deter R$ 50 milhões.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a Assessoria de Imprensa de Alckmin não respondeu aos questionamentos da reportagem até o fechamento da matéria às 18h53min.

Sem fazer referência ao assunto, no sábado à tarde, o site da campanha de Alckmin publicou nota de que o candidato já tirou mais de 3.000 fotos e que aparecer ao lado de Alckmin teria se tornado “mania” em todo o estado.  “Nesta campanha, foram publicadas mais de 3.000 fotos do candidato com pessoas comuns, autoridades, políticos, militantes e membros da coligação”, cita matéria.

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