PMDB enquadra prefeitos ‘infiéis’ na Bahia

Lideranças regionais que apoiam candidato do PT, que lidera as pesquisas, podem ser expulsos. DEM não mostra preocupação com prefeitos que debandaram

Geddel em sabatina no jornal A Tarde: defesa da participação de Lula em sua campanha, cerco a prefeitos que debandaram (Foto: Divulgação)

São Paulo – A adesão de prefeitos do PMDB à reeleição de Jaques Wagner (PT) na Bahia toma proporções maiores a menos de um mês da eleição. Eles podem até ser expulsos do partido, já que, no estado, um dos concorrentes diretos do petista é Geddel Vieira Lima (PMDB). No site da campanha do atual governador, há registro de apoio de 25 prefeitos “infiéis”, entre eles Domingas Paixão (PMDB), da cidade de Governador Mangabeira. Pelo apoio a Wagner, ela já foi suspensa por 60 dias e pode ser expulsa.

Segundo Lúcio Vieira Lima, presidente do PMDB baiano e irmão de Geddel, o processo de expulsão é baseado em resolução aprovada em convenção partidária que proíbe o apoio de filiados a candidatos rivais. Outros dois prefeitos do PMDB são investigados por declarações de apoio a Wagner, mas os nomes não foram divulgados pelo partido.

Já de acordo com a assessoria do DEM baiano, o partido não planeja punir seus “infiéis” porque a adesão de prefeitos rivais ao candidato majoritário favorito faz parte da cultura política da Bahia.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o comando da campanha de Wagner estima que 284 dos 417 prefeitos do estado apoiam o petista. Quase cem deles não pertencem a partidos da coligação oficial. O cálculo é rechaçado pelo PMDB, que rompeu a aliança com o PT no estado em 2009.

Na última pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 23 e 24 de setembro, Wagner aparece com 47%, seguido de Souto, com 23%, e Geddel, com 11%. O petista seria eleito em primeiro turno, caso as eleições fossem hoje.

“Infiéis” não podem. Lula pode

Geddel Vieira Lima disse, na quarta-feira (8), que Lula faz campanha para ele “porque quer” e de forma espontânea.
 Em sabatina no jornal A Tarde, Geddel falou que usa sua amizade com o presidente Lula na campanha por que classifica como boa sua gestão como ministro da Integração Nacional, e afirmou que o presidente apareceu em seus eventos públicos espontaneamente.

Geddel divide a imagem de Lula com o adversário petista Jaques Wagner. O candidato afirmou que não tenta colar sua imagem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva só para angariar votos, mas também para garantir uma boa governabilidade.