Pesquisa mostra que 62% dos eleitores votariam mesmo se não fossem obrigados

Entre as faixas etárias, os mais jovens participariam menos, caso o voto fosse facultativo (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) São Paulo – Em recente pesquisa realizada pelo DataSenado, 62% dos […]

Entre as faixas etárias, os mais jovens participariam menos, caso o voto fosse facultativo (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

São Paulo – Em recente pesquisa realizada pelo DataSenado, 62% dos 1.315 entrevistados afirmaram que participariam das eleições de outubro ainda que o voto não fosse obrigatório no país. Os entrevistados com 60 anos ou mais apresentam o mais alto percentual: 75% deles exerceriam o direito ao voto nas próximas eleições mesmo que a legislação não os obrigasse. Enquanto isso, apenas 55% dos jovens entre 16 e 19 anos iriam às urnas se o voto fosse facultativo.

Outra conclusão do levantamento é que a campanha eleitoral deste ano deveria se concentrar mais nos debates políticos. Esta é a opinião da maioria dos eleitores (55%). Comícios e passeatas perderam prestígio na opinião da população, já que apenas 15% dos entrevistados afirmaram que os candidatos deveriam focar suas campanhas nessas atividades.

O levantamento do DataSenado também mostrou que o resultado das pesquisas eleitorais não é um fator decisivo para a maior parte da população na hora de decidir seu voto. Para 59%, as pesquisas de intenção de voto não influenciam a escolha do candidato. Esta opinião é ainda mais alta entre eleitores com grau de escolaridade mais elevado, 77%.

Outra pergunta feita aos eleitores foi sobre o uso da internet nas eleições. Ao contrário do que disseram analistas políticos, a rede mundial de computadores não tem representado grande diferencial na campanha deste ano. Apenas 15% dos eleitores apontaram o mecanismo como principal fonte de informação. Esse índice sobe para 32% quando se trata de eleitores com idades entre 16 a 19 anos, e cai à medida que aumenta a idade do eleitor.

Quando se leva em conta o conjunto dos entrevistados, o meio de comunicação mais usado para buscar informações sobre os candidatos é a televisão, com 48% das preferências, seguida pelas conversas com parentes e amigos (18%). A internet, os jornais e as revistas foram apontados por 15% dos eleitores, enquanto rádio ficou com 4%. As conversas com pessoas próximas são mais relevantes entre os analfabetos (38%), os jovens (32%) e para residentes em cidades do interior (20%).

Voto no candidato

A pesquisa do DataSenado revelou também que, na hora do voto, o importante é o próprio candidato e não seu partido político. Para 85% dos eleitores, a escolha política não considera o partido ao qual o candidato está filiado. O levantamento ouviu 1.315 cidadãos maiores de 16 anos, com acesso a telefone fixo, em 119 municípios de todas as regiões, incluindo todas as capitais, entre os dias 12 e 24 de agosto de 2010. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais.

Dados da pesquisa

  • 62% afirmaram que votariam nas eleições de outubro mesmo que o voto não fosse obrigatório no país.
  • 37% não votariam se o voto fosse facultativo.
  • Entrevistados com 60 anos ou mais apresentam o mais alto percentual: 75% deles exerceriam o direito ao voto nas próximas eleições mesmo que a legislação não os obrigasse.
  • 55% dos jovens entre 16 e 19 anos iriam às urnas se o voto fosse facultativo.
  • Por região:
    • Sul – 68%
    • Centro-Oeste – 64%
    • Sudeste – 62%
    • Nordeste – 59%
    • Norte – 57%

Financiamento de campanhas

  • 49% opinaram que as campanhas devem ser financiadas apenas com dinheiro privado (pessoas e empresas).
  • 21% apenas com dinheiro público.
  • 16% apontaram o financiamento misto (público e privado) como preferível.
  • 13% não souberam ou não quiseram opinar.

Ficha limpa

  • 88% dos entrevistados disseram que a corrupção é inaceitável mesmo que o político tenha feito um bom governo.

Reeleição

  • 66% dos participantes da pesquisa apoiaram o direito dos políticos se reelegerem.
  • 20% se declararam contrários à ideia. 

 

Com informações da Agência Senado