Cientista político vê desistência como ‘golpe de mestre’ de Roriz

Indefinição no STF só prejudicaria Roriz, acredita David Fleischer, da UnB

Weslian Roriz, esposa do ex-governador, participou de poucos atos de campanha até aqui; foto de Roriz permanece na urna (Foto: Divulgação)

Rio de Janeiro – A decisão de Joaquim Roriz de desistir da candidatura ao governo do Distrito
Federal, dando lugar à sua mulher Weslian, foi classificada pelo cientista político David Fleischer como um “golpe de mestre”. O empate na apreciação do recurso da defesa de Roriz contra a aplicação da Lei Ficha Limpa nestas eleições deixou Roriz em uma situação complicada. Se insistisse na candidatura e ela fosse cassada posteriormente, ele não teria direito de indicar um novo nome para sua chapa.

“As urnas para o primeiro turno já estão lacradas, não dá para mudar o nome e a foto do candidato. O eleitor que digitar o número do Roriz vai ver a foto dele na urna”, explica Fleischer. Assim, o dano à candidatura do PSC será menor, acredita.

Ainda de acordo com Fleischer, Roriz desistiu da candidatura porque acredita que no dia 4 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai indicar um ministro de “inclinação petista” para o STF, que provavelmente votaria a favor da aplicação do projeto Ficha Limpa. Com a extinção do recurso de Roriz, a sessão de Supremo deve ser anulada.

Apesar de ser a melhor solução para Roriz, a desistência não deve salvar a chapa de uma derrota nas urnas. “Muita gente já havia desistido de votar no Roriz antes. Weslian é neófita, nunca concorreu a nenhum cargo e deve fugir do último debate entre os candidatos”, acredita Fleischer. Isso deve contribuir para que as pessoas tomem conhecimento de que Roriz não é mais candidato e diminuir a votação na chapa.

 

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