Cesar Maia compara PT a partido nazista

Cesar Maia vê investida autoritária semelhante a de regimes totalitários (Foto: Reprodução) Rio de Janeiro – Os principais partidos de oposição ao governo federal adotaram uma postura de ataque ao […]

Cesar Maia vê investida autoritária semelhante a de regimes totalitários (Foto: Reprodução)

Rio de Janeiro – Os principais partidos de oposição ao governo federal adotaram uma postura de ataque ao governo federal, ao PT e à candidata petista Dilma Rousseff após a revelação da quebra de sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra. O ex-prefeito do Rio de Janeiro (RJ) e candidato a senador Cesar Maia (DEM) chegou a tecer comparações entre o PT e o partido nazista na Alemanha.

Assim como os tucanos, o DEM e o PPS partiram para ataques frontais ao PT e fizeram ilações sobre uma eventual participação de Dilma no episódio. O PV, por sua vez, adotou uma postura mais cautelosa, condenando a quebra de sigilo e a Receita Federal, mas evitando qualquer acusação à Dilma ou ao governo.

Depois de acusar Dilma em primeira mão no início da madrugada de quarta-feira (1º), durante entrevista ao Jornal da Globo, Serra utilizou um ator durante a propaganda eleitoral na tevê desta quinta-feira (2) para voltar a insinuar que a adversária estaria por trás da quebra de sigilo de Verônica: “Mais uma vez, os adversários de José Serra tentam fazer uma armação para prejudicá-lo. Primeiro, violaram o Imposto de Renda de pessoas ligadas ao Serra. Agora, violaram o Imposto de Renda até da filha dele”, diz a propaganda.

Na entrevista da Globo, Serra comparou a candidata do PT ao ex-presidente Fernando Collor: “Utilizar filha dos outros para ganhar eleição, só me lembrava de o Collor ter feito com o Lula”, disse. Horas depois, durante um encontro com prefeitos do PSDB em São Paulo, o tucano chamou os petistas de tiranos: “A sociedade tem que mostrar o seu repúdio à quebra de sigilo. Quando tiranos ou candidatos a tiranos desejam subjugar uma sociedade, começam por restringir a liberdade”, disse.

Um dos principais aliados de Serra no tabuleiro político nacional, o ex-prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (DEM) postou em seu site na internet um vídeo em que critica “a invasão das declarações de imposto de renda de muita gente” e insinua a participação de petistas em possíveis quebras de sigilo bancário e instalação de grampos. “O (Antônio) Palocci, que é o chefão da campanha da Dilma, não invadiu o sigilo do Francenildo, um simples caseiro?”, indaga.

Maia qualifica o governo do PT como totalitário e chegar a fazer comparações com o regime nazista. “O que estamos vendo é controle do Estado e controle do Legislativo, é aquele mesmo caminho dos regimes totalitários e ditatoriais. Primeiro, é tentar confrontar, inibir e restringir a imprensa. O segundo passo é o Estado interventor na privacidade dos cidadãos e das empresas. O terceiro passo será o Executivo assumir o Legislativo. A gente viu na Alemanha de (Adolf) Hitler, que assumiu por um partido minoritário e também tinha uma base aliada”, disse.

“Momento perigoso”

Outro aliado de primeira hora de Serra, o presidente do PPS, Roberto Freire, declarou que “um momento muito perigoso” acontece na política do país: “Episódios como este (da quebra de sigilo) levam o Estado brasileiro a entrar em um processo de decomposição. Ele está sendo utilizado para chantagem contra grupos econômicos e pessoas físicas e para a bandidagem política também”. Freire, no entanto, não detalhou a avaliação.

Candidato a deputado federal depois de transferir seu domicílio de Recife (PE) para São Paulo (SP), Freire também acusou a Receita Federal de “usar seu poder para obstruir, distorcer e transformar as vítimas em réus”.

A reação do PV foi mais comedida do que a dos outros principais partidos de oposição. Instigada por repórteres, a candidata do partido à Presidência, Marina Silva, se recusou a apontar culpados na quarta-feira (1º), em sabatina ao jornal O Estado de S.Paulo. “Quem vai dizer isso é a investigação. Que seja feita uma investigação rigorosa e que sejam punidos os culpados. É preciso ter um sistema que dê segurança ao cidadão”, disse. Marina no entanto, afirmou que “se a quebra de sigilo tem caráter político, então é um caso gravíssimo”.

Nesta quinta-feira (2), um vídeo publicado na página de Marina na internet, a candidata pede esclarecimentos (clique aqui para assistir). “Não se pode admitir que o ministro da Fazenda fique em silêncio, em uma verdadeira atitude de omissão, sem dar uma palavra sobre um episódio com esse nível de gravidade”, afirmou. A crítica é a Guido Mantega, titular da pasta à qual é submetida a Secretaria da Receita Federal.

“É fundamental uma investigação rigorosa e transparência para que a sociedade brasileira possa saber o que está acontecendo e a punição dos culpados”, pontua. Ela pediu ainda um “freio de arrumação” ao “descontrole na adminitração pública”.

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