Após perder liderança de vinte pontos, Costa declara que pesquisa “não tira o sono”

Candidato do PMDB lembra erros passados de institutos de pesquisa e pondera que “todas as eleições em Minas são apertadas”

São Paulo – O candidato do PMDB ao governo de Minas Gerais, Hélio Costa, minimizou as pesquisas de intenção de voto divulgadas nas últimas semanas. De acordo com o último levantamento do Ibope, o ex-ministro das Comunicações, que chegou a ter uma vantagem de vinte pontos na disputa, está agora nove pontos atrás de Antonio Anastasia (PSDB), candidato do ex-governador Aécio Neves.

Em entrevista ao MGTV, jornal regional da Rede Globo, Costa lembrou o histórico negativo dos institutos de pesquisa. “A questão propriamente das pesquisas não me tira um minuto de sono. (…) Sobretudo com a questão do Ibope, que errou de uma forma brutal para a eleição para prefeito aqui em Belo Horizonte, com mais de 12 pontos de erro. E tem errado sucessivamente”. Ele lembrou que há poucos meses o Ibope havia minimizado o efeito de Lula sobre a sucessão presidencial, e agora tem de admitir uma larga vantagem para a candidata governista Dilma Rousseff (PT).

Além disso, Costa se apega ao passado das eleições no estado para afirmar que nada está definido. “Todas as eleições para o governo de Minas dos últimos anos, exceto uma, que foi a reeleição do Aécio, são eleições apertadas. Tancredo venceu por 100 mil votos. Eu, na primeira eleição disputei 100 mil votos, na verdade, foi a diferença. Na segunda foi a mesma coisa.”

Propostas

A maior parte das perguntas do apresentador Artur Almeida tentava apontar a inviabilidade econômica das propostas de Costa. O entrevistador considera que o aumento de serviços públicos não é compatível com a proposta do ex-ministro de cortar impostos.

O ex-ministro explicou que a ideia é criar compensações para aumentar a arrecadação tributária sem ter de gerar novos tributos. A intenção é oferecer compensações nos moldes da Nota Fiscal Paulista, além de cobrar do Congresso uma regulamentação que possibilite cobrar pelos minérios extraídos de Minas Gerais.

Ele entende que não há incompatibilidade entre o corte de alguns tributos e o aumento de salário do funcionalismo público. Costa defende que se respeite, por exemplo, o piso nacional da categoria de professores, hoje em R$ 1.312. “O que não pode, o que deve ser errado, o que eu acho injusto e quase um absurdo, é você pagar R$ 750 de salário a uma professora. É você saber que está errado e persistir no erro”, argumentou, acrescentando que, na área de segurança, pretende promover concursos para a contratação de novos policiais.