Editor de coleção de Chico Buarque lamenta cobertura ‘conspiratória’

Página 11 do primeiro volume da coleção inclui foto de Serra. Editor do livro vê cobertura conspiratória da imprensa (Foto: Reprodução) São Paulo – José Ruy Gandra, editor da Coleção […]

Página 11 do primeiro volume da coleção inclui foto de Serra. Editor do livro vê cobertura conspiratória da imprensa (Foto: Reprodução)

São Paulo – José Ruy Gandra, editor da Coleção Chico Buarque publicada pela editora Abril, lamenta que blogues e a cobertura política tenham destacado apenas a menção ao atual candidato à Presidência da República José Serra (PSDB). O uso da imagem do tucano após sua volta ao Brasil, depois de estar exilado, justifica-se porque se “trata de história e não de política”, na visão do jornalista. Para ele, a imprensa mostra-se “conspiratória” no caso.

Na página 11 do primeiro volume da coleção, Serra é destacado como um dos exilados no período da Ditadura Militar que retornou ao Brasil. Em entrevista à Rede Brasil Atual, Ruy Gandra explica que o político foi um dos primeiros a voltar, ainda em 1978. “Os demais esperariam confortavelmente a Lei de Anistia (de 1979) para voltar com segurança”, afirma Gandra.

“Foi um fato importante, por isso está destacado. A volta de Serra, presidente da UNE (União Nacional de Estudantes), é notícia, é história”, reforça.

O músico e compositor Chico Buarque não irá se manifestar, informou sua assessoria de imprensa. Apenas o conteúdo gravado nos CDs passou por aprovação do autor, enquanto o texto que acompanha o material “é de cunho jornalístico e, como tal, foi concebido livremente”, sem interferências nem conhecimento de Chico Buarque, por ser de responsabilidade da editora.

Dez vezes Lula

Gandra lembra ainda que, na página seguinte, há uma imagem de Luiz Inácio Lula da Silva em menção às greves de 1978 na região do ABC. A fotografia do então líder sindical diante de uma assembleia de trabalhadores foi “colocada pensando nisso”, admite. “É viagem (a reação). Serra e Lula são políticos de grande estrutura, eu não poderia excluí-los só porque estamos em um período eleitoral”, defende-se.

Com o resultado, ele acredita que o tratamento a Serra e a Lula tenha sido isonômico. “A imprensa política é conspiratória, vê cabelo em qualquer ovo”, aponta. Imagens de arquivo do atual presidente da República devem voltar a aparecer nos próximos volumes da coleção por “nove ou dez vezes”, enquanto Serra recebe apenas uma nova menção – referente à eleição de 2002, quando ambos, aliás, disputaram o segundo turno da corrida ao Palácio do Planalto.

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