Marina defende Assembleia Constituinte, em evento sindical
Candidatos à presidência da República não se encontraram em evento sindical em São Paulo. Marina em tom conciliador elogiou concorrentes, ex-presidentes e garantiu a seriedade de seu vice
Publicado 14/07/2010 - 20h07
São Paulo – Marina Silva, candidata do PV à presidência da República, participou da entrega da agenda democrática de desenvolvimento sustentável da União Geral dos Trabalhadores (UGT) para os presidenciáveis, nesta quarta-feira (14), mas não encontrou com o concorrente José Serra e Aldo Rebelo (PCdoB), que representou Dilma Roussef.
Num discurso conciliador, Marina disse que é a candidata do debate e do futuro. Ela defendeu um estado mobilizador, profissional, transparente e eficiente e a realização de uma Assembleia Constituinte exclusiva para resolver problemas como as reformas política, trabalhista e tributária.
Entretanto, em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), Marina alfinetou os concorrentes. “[Tem pessoas que] Morrem de amor pela saúde, mas na hora de fazer o gesto concreto se escondem atrás de gestos protelatórios”, assinalou.
Aproveitando a plateia sindical, a candidata do PV defendeu a redução da jornada de trabalho e pediu votos por ser uma Silva. “Vamos manter a tradição e votar num Silva, porque eu também sou uma Silva”, lembrou em referência ao presidente Lula.
De acordo com a candidata, ela disputa a presidência com pessoas dignas e tem como seu vice, Guilherme Leal, presidente da Natura, um empresário digno e responsável.
Questionada sobre a vistoria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) à fazenda de Leal, na Bahia, ela disse que o órgão está cumprindo seu papel e seu vice também, ao apresentar a documentação necessária. Entretanto, Marina avisou que confia no empresário e não vai mudar sua opinião sobre o código florestal.
A candidata terminou sua apresentação com poesias para as mulheres sindicalistas. “Não podemos ser flores amordaçadas e canteiros murchos”, filosofou.
Compromisso
O primeiro a falar na entrega da agenda dos trabalhadores da UGT, Aldo Rebelo, representou a candidata Dilma Roussef, que teve problemas de agenda.
Rebelo citou a trajetória de Dilma, da juventude ao trabalho de ministra e vinculou a candidata à luta dos trabalhadores.
Segundo Rebelo, Dilma têm plena identidade com o documento da UGT “que nasce do interesse legítimo dos trabalhadores”.
Plural
A UGT foi a única central a não participar do assembleia nacional da classe trabalhadora, em junho. Na oportunidade CUT, Força Sindical, NCST, CGTB e CGT apresentaram uma plataforma unificada de lutas dos trabalhadores.
Segundo Ricardo Patah, presidente da UGT, a entrega da agenda não é uma resposta ao Conclat realizado pelas outras centrais. “Não é uma resposta ao Conclat, mas à plenária da UGT que decidiu isso em março desse ano”, afirmou. “Nossa central respeita a nossa base que é plural”, assinalou Patah.
Pessoalmente, o sindicalista admite a preferência por Lula. “Pra mim, Patah, o presidente Lula é o melhor presidente que o Brasil já teve”, descreve o presidente da UGT.