São Paulo – A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, convidou o presidente do PMDB e da Câmara dos Deputados, Michel Temer, para ser vice em sua chapa. Em um jantar na noite de terça-feira (4), eles discutiram ainda como construir palanques únicos nos estados.

Ele vinha sendo apontado como nome mais cotado para a vaga desde que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, decidiu permanecer no cargo e não participar da eleição como candidato. O convite é o primeiro passo para a formalização da chapa, prevista para a convenção da legenda, na segunda semana de junho.

“Eu ouvi com muita alegria da pré-candidata Dilma que se, eventualmente, o PMDB me indicasse para a vice, ela receberia (a indicação) com muito agrado”, afirmou Temer a jornalistas, ao lado da ex-ministra, ao sair do jantar. A reunião tenta mostrar unidade entre o PT e o PMDB, apesar de entraves em estados como Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país.

“Considero ele um nome muito importante na questão da pré-candidatura a vice. Não posso chamar de noivado nem pré-casamento, porque é uma decisão que a partir de agora vai amadurecer também no PMDB. A gente não pode nesse momento atropelar nenhum processo”, completou Dilma.

Ela ressaltou a necessidade da “aliança estratégica” entre os partidos para a disputa deste ano. O PMDB é a sigla com maior número de prefeitos e governadores, além de ter a principal bancada na Câmara dos Deputados e no Seando. Com isso, garante um importante peso na definição do tempo de rádio e TV durante o período de horário eleitoral gratuito.

Outros partidos da base são alvo de disputa, como o PSC, que aderiu à pré-candidatura de José Serra (PSDB). O PP ainda não se definiu formalmente, mas também é assediado pelos tucanos. A vaga de vice de Serra não está definida.

Sarney comemora

Para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o convite a Temer consolida a união entre os dois partidos. O senador acrescentou que Michel Temer tem “uma liderança muito grande no partido” e, ao longo dos anos, trabalha para “se impor e ser indicado para essa posição”.

O desafio de contornar divisões internas foi minimizado por Sarney. “O PMDB, como um grande partido, sempre teve problemas internos. Isso não é nenhuma novidade, mas nós soubemos sempre gerir esses problemas e sempre conseguimos atravessá-los e chegarmos unidos à eleição”, afirmou.

Com informações da Agência Brasil e da Reuters