Rosso assume governo do DF com a missão de provar que intervenção é desnecessária

O governador-tampão do DF, Rogério Rosso. Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr Brasília – Eleito de forma indireta, Rogério Rosso (PMDB) assume nesta segunda-feira (19) o governo do Distrito Federal (DF) com a […]

O governador-tampão do DF, Rogério Rosso. Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr

Brasília – Eleito de forma indireta, Rogério Rosso (PMDB) assume nesta segunda-feira (19) o governo do Distrito Federal (DF) com a missão de convencer a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal de que a intervenção federal é o que “de pior pode acontecer com Brasília”. Para isso, promete corte de gastos e transparência nas contas.

Advogado, suplente de deputado federal, Rosso presidiu a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) durante o governo de José Roberto Arruda (ex-DEM, sem partido). O órgão é alvo de denúncias na Justiça e de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Câmara Legislativa por irregularidades em contratos de licitação na gestão de Durval Bargosa, principal delator do esquema de corrupção conhecido como Mensalão do DEM. As primeiras denúncias surgiram justamente durante a gestão de Rosso.

Rosso também participou da gestão de Joaquim Roriz. Foi administrator de Ceilândia e secretário de Desenvolvimento Econômico. Foi dele a ideia – não concretizada – de construir um trem-bala ligando Brasília a Goiânia. Hoje, Rosso é ligado ao deputado federal e presidente do PMDB-DF, Tadeu Filippelli.

Rosso, de 41 anos, vai cumprir um mandato-tampão até 31 de dezembro, substituindo José Roberto Arruda, cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), por infidelidade partidária. Ivelise Longhi, ex-administradora de Brasília, foi eleita vice-governadora. Ele é o quarto a comandar o Distrito Federal desde o início da crise, em novembro do ano passado.

O novo governador é casado com Karina Curi, filha de um dos maiores empresários da cidade, proprietário de lojas de autopeças.

Discurso

“O DF espera de todos nós um resgate da normalidade. Não é hora de apostar no fracasso, mas sim na legitimidade do governo local”, disse Rosso no discurso de posse. Segundo ele, o maior desafio agora é combater a corrupção. “Nosso maior obstáculo é a desconfiança”, comentou.

O novo governador prometeu um governo de coalizão e de transparência nos gastos. Como primeira medida, garantiu a divulgação de balanços quinzenais das contas do governo e a redução da máquina administrativa. Prometeu também identificar falhas no ordenamento territorial do DF.

Na cerimônia de posse, Rosso se emocionou quando suas três filhas subiram à tribuna do plenário para ler um discurso feito por elas. “Queremos mais transporte, mais emprego e mais segurança”, disse Roberta, de oito anos.

Depois da posse, foi lida uma carta em que o então governador em exercício, Wilson Lima (PR), anunciou seu retorno à Câmara Legislativa, onde ocupa a Presidência. Lima assumiu o comando do Distrito Federal depois da cassação de José Roberto Arruda e da renúncia ao mandato do vice-governador, Paulo Octávio.

“No momento em que Brasília mais precisava, estive presente. E fiquei à frente do governo. Pus calmaria nessa cidade. Cumpri o meu dever. Volto de cabeça erguida”, disse. Wilson Lima foi candidato à eleição indireta que elegeu Rosso. Teve apenas quatro dos 23 votos possíveis.

Fonte: Agência Brasil

Leia também

Últimas notícias