Lula ironiza multas do TSE e promete não se acomodar como ex-presidente

Presidente afirma que agora é melhor falar sem improvisos para não ter de trabalhar o resto da vida pagando multas

Lula na Conae defendeu continuidade das políticas de seu governo (Foto: Ricardo Stuckert/Pr)

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a ironizar as multas que recebeu da Justiça Eleitoral por propaganda eleitoral antecipada. Durante a primeira Conferência Nacional de Educação (Conae), em Brasília (DF), evitando citar o nome da ex-ministra Dilma Rousseff, pré-candidata à sucessão presidencial pelo PT, Lula defendeu a continuidade das políticas de seu governo e cobrou que seu sucessor faça mais do que ele.

“Vou ler (o discurso) porque estou sendo multado todo dia e, se continuar, vou ter que trabalhar o resto da vida para pagar as multas”, disse. Lula recebeu, em março, duas multas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em ações requeridas pela oposição, por ter promovido a candidatura de Dilma antes do prazo legal. A primeira foi de R$ 5 mil e a segunda, de R$ 10 mil. O PT avisou que vai recorrer.

Ao mesmo tempo, aproveitando o momento de despedida de ministros e governadores que vão disputar as eleições de outubro, Lula falou sobre o fim de seu mandato. Ele afirmou que, em 2011, não vai para casa descansar. “Ao terminar meu mandato, vai quebrar a cara quem pensar que vou ser um ex-presidente. Vocês vão me ver andando por esse país, porque a luta não é era apenas para a gente ganhar a Presidência. Isso era um degrau dessa luta.”

Sobre a conferência, Lula criticou os antecessores por não terem investido o suficiente em educação, maltratando professores  – os docentes da rede estadual paulista estão em greve há quase um mês e, mesmo depois de sofrerem repressão policial, não conseguiram abrir negociações com o governador do estado e pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra.

Investimento

Ainda no discurso, Lula declarou que se orgulha de deixar o governo como o presidente que, mesmo sem curso superior, mais construiu universidades e escolas técnicas no país. Nos últimos oito anos, foram criadas 13 universidades federais e 141 escolas técnicas.

“O governo bom é o que tem capacidade de pôr em prática, políticas públicas, aquilo que ouve em cada rua, em cada escola, em cada fábrica em cada banco”, comemorou. Com isso, ele referia-se a formas de pressão por parte da sociedade, em conferências e greves.

Com informações da Reuters e da Agência Brasil.