Após turbulência, Dilma quer Ciro ‘de volta’
Dilma criticou falta de investimentos em infraestrutura durante o governo de FHC (Foto: Roberto Stuckert Filho/Divulgação) Brasília – A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, evitou polimizar […]
Publicado 27/04/2010 - 13h00
Dilma criticou falta de investimentos em infraestrutura durante o governo de FHC (Foto: Roberto Stuckert Filho/Divulgação)
Brasília – A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, evitou polimizar em relação às declarações do deputado Ciro Gomes (PSB) sobre a corrida ao Palácio do Planalto. Nesta terça-feira, ela declarou que quer uma reaproximação com o parlamentar.
A legenda deve ser retirada oficialmente de Ciro na tarde desta terça. Na semana passada, o ainda pré-candidato criticou Lula e ressaltou a falta de experiência de Dilma, além de chamar José Serra (PSDB) de “solitário e autoritário, apesar de considerá-lo “mais preparado”.
“O deputado Ciro Gomes sempre esteve ao nosso lado, espero que ele volte a estar de uma forma mais próxima agora”, disse Dilma a jornalistas antes de participar de um evento promovido pelo sindicato dos caminhoneiros. “Para mim, o Ciro sempre foi um apoio”, resumiu.
Segurança pública
Sobre a proposta de Serra de criar um ministério para cuidar especificamente dos problemas de segurança pública do país, Dilma lembrou que se trata de uma ideia repetida pelo tucano desde a campanha de 2002. “Não vejo muito a importância disso. Agora, acho que o foco em segurança pública é muito importante”, comentou.
Dilma sustenta que o governo federal tem ações na área, como a Força Nacional de Segurança Pública, os investimentos na Polícia Federal e a política penitenciária que separou os chefes do crime organizado dos demais presos.
Infraestrutura
Durante o evento, a pré-candidata petista atribuiu aos governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso os gargalos de infraestrutura. Ela qualificou o modelo de desenvolvimento pregado pelo PSDB como “atraso e a estagnação”.
“O Brasil precisa impedir aquela política de roda presa… que colocou o país no acostamento”, pontuou, direcionando seu discurso aos caminhoneiros, público do congresso. “Vamos pavimentar juntos estradas da vida e não da morte… queremos manter a rota junto com vocês”, declarou a uma plateia de representantes de caminhoneiros.
Ela defendeu a criação de programas de crédito facilitado para a renovação da frota do país, e lembrou que o governo Lula investiu para recuperar, sinalizar e construir estradas.
Sem herança maldita
Dilma refutou a tese da oposição de que déficit em transações correntes atual do Brasil será uma herança maldita para o próximo governo. Para Dilma, atualmente o perfil da economia é “muito mais saudável e robusto”, pois o mercado interno está crescendo e os empresários, investindo.
Segundo Dilma, o déficit de transações correntes é resultado de maiores importações e remessas de lucros e dividendos. “Se a importação for de bens de capital, nada mal”, comentou. Para ela, o déficit tem um perfil diferente do que foi no passado, já que antes havia saída de dólares em pagamento de juros e títulos de renda de fixa. “Hoje, é investimento externo direto e aumento também da aplicação em bolsa”, comemora.
O Banco Central registra em março um déficit em transações correntes de US$ 5 bilhões, o maior do ano, ante saldo negativo de US$ 1,6 bilhão um ano atrás. “A situação externa brasileira não é, de forma alguma, uma situação de pré-crise”, afirmou.
A pré-candidata argumentou ainda que o Brasil tem “uma margem de manobra muito grande”, pois conta com um bom volume de reservas internacionais. No entanto, ela defendeu a criação de políticas que aumentem as exportações do país por meio de incentivos financeiros e tributários. “Não há nenhum motivo para que a gente fique na imobilidade. Nós temos de fazer uma política de exportações agressiva, toda uma política de inventivo de agregação de valor nas nossas exportações, mas sem desmerecer a exportação de commodities”, concluiu.
Com informações da Reuters