Deputada apresenta denúncia de violência policial contra professores de SP

Maria Lúcia Prandi, presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de São Paulo, critica 'extrema violência' da PM contra professores

Parlamentar acusa policiais de se infiltrarem entre os manifestantes (Foto: Maurício Morais)

São Paulo – A presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputada estadual (PT-SP) Maria Lúcia Prandi, deve apresentar denúncia de violência policial contra professores, na próxima reunião da comissão, nesta quarta-feira (31). Para ela, a Polícia Militar agiu com “extrema violência” contra os professores que se manifestavam “de forma pacífica”, na sexta-feira (26), na praça Roberto Gomes Pedrosa, em frente ao estádio do Morumbi, na capital paulista.

“Vamos encaminhar denúncia à Secretaria de Segurança Pública, ao governador e ao secretário de Educação, sobre o absurdo cometido contra os professores”, aponta Maria Lúcia Prandi. “Nós estávamos lá, com outros parlamentares, e acompanhamos a reação desmedida da polícia com os professores”, testemunha.

A deputada não descarta que haja policiais infiltrados em manifestações para conturbar as atividades. “Acontecimentos naquele dia (sexta-feira) deixaram claro que as pessoas estavam nervosas e agitadas, mas sem provocação”, avalia. “Ficou ressaltado que havia algo diferente, a Bebel (Maria Isabel Noronha, presidente da Apeoesp) avisou três vezes antes da passeata que havia pessoas de fora do magistério tentando conturbar”, lembra.

Versão e fato

Maria Lúcia diferencia o que realmente aconteceu nas proximidades da sede do governo, das informações veiculadas na imprensa. “Há os fatos e a versão dos fatos, e a versão é desfavorável aos trabalhadores que estão fazendo tudo para negociar”, acredita. “A realidade é que o governador não dialoga e a educação está realmente  negligenciada”.

Segundo a parlamentar, todos os esforços estão sendo feitos, inclusive por parte dos deputados, para que o governador José Serra (PSDB-SP) disponha-se a negociar com os professores. “O presidente da casa (Barros Munhoz) fez audiência, mas nem o secretário de educação, nem o líder do governo compareceram”, condena. “Foi horrível essa ação do governo de chamar os professores no Palácio dos Bandeirantes para dizer que não negocia”, critica.

Serra deve afastar-se do governo nesta quarta-feira, dois dias antes do prazo limite para desincompatibilização do cargo. Ele é pré-candidato à Presidência da República. O mesmo deve ocorrer com o secretário de Educação, Paulo Renato (PSDB) que deve disputar uma vaga à Câmara dos Deputados.

“Ele (Serra) prefere partir para a desqualificação permanente dos professores, em vez de dialogar”, afirma. A deputada cita que é óbvia a intenção do governo de investir em obras que chamem atenção da população, e não investir na educação. “O Sidney Beraldo (secretário Estadual de Gestão Pública) disse em entrevista que ‘não damos aumento porque optamos fazer investimento em obras’”, exemplifica.

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