Vereador tucano quer impedir exibição de filme de Lula em Curitiba

Conteúdo eleitoreiro é justificativa do profesor Galdino, vereador na capital paranaense, para barrar o longa de Fábio Barreto

Discurso de Galdino na Camara: “Nem Barack Obama conseguiria ser eleito nesse cenário que Lular quer criar” (Foto: Divulgação)

O vereador de Curitiba, professor Galdino (PSDB) estuda entrar com um pedido de liminar para barrar a exibição do filme “Lula, o filho do Brasil” na capital paranaense. Ele está convencido de que se trata de uma manobra feita pelo presidente da República para favorecer a candidatura de Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata à Presidência em 2010 pelo PT.

A assessoria do deputado informou que os advogados do mandato devem se reunir com o vereador para discutir a possibilidade de uma ação judicial. A avaliação preliminar dos juristas aponta que seria necessário apontar cenas em que haja teor eleitoreiro para poder barrar a exibição. Assim, a ação dependeria de se assistir e analisar o longa-metragem de Fábio Barreto.

Galdino afirma, em sua página na internet, que proibir a exibição do filme não seria uma forma de censura, mas de igualar as condições de disputa das eleições de 2010.  “Lula está lançando o filme para mitificar sua imagem, alavancar a candidatura de Dilma Rousseff, além de usar de outros artifícios como o Bolsa Celular e o Vale Cultura para inflar os votos no PT”, acusa.

“Porque seria desleal, então sou contra isso aí. Vamos tentar barrar isso pelo menos aqui no Paraná, em Curitiba”, declara à Rede Brasil Atual. “Por exemplo, nem Barack Obama conseguiria ser eleito nesse cenário. Se fosse contra o candidato do Lula, nem Obama, com a atuação que ele fez nos Estados Unidos, ganharia. É covardia o que estão fazendo”, afirma Galdino.

Segundo o blogue de Esmael Morais, o PT do Paraná programa de exibições do filme a preços populares ou gratuitamente a militantes e simpatizantes do partido. Lembra ainda que, no próximo dia 13, Dilma deverá visitar Curitiba para uma festa de confraternização com a militância paranaense.

Confira a entrevista:

RBA – Por que o senhor defende que se proíba a exibição do filme do Lula?

Proibir o filme até a campanha eleitoral, depois não teria problema algum. Depois, pode fazer o que quer, exibir de graça… Porque seria desleal, então sou contra isso aí. Vamos tentar barrar isso pelo menos aqui no Paraná, em Curitiba.

RBA – O senhor chegou a assistir ao filme?

Não, porque dizem que só vai chegar em janeiro. Mas a gente lê muita coisa, ouve muita coisa, inclusive o presidente já viu. E seria (uma cópia) pirata não adiantaria ver antes (do lançamento). E nem estou curioso nem preocupado de ver agora. A história do presidente atual a gente sabe, não nos detalhes, mas sabe. Ficaríamos sabendo também depois das eleições.

RBA – Seria censura?

Não é censura porque não proíbe, mas simplesmente prorroga. A gente não proíbe o filme que custou R$ 14 milhões ou mais, mas segura para depois das eleições. É desigualdade, porque tem que trabalhar de igual para igual. As condições de disputa para a presidente da República tem de ser de igual para igual. Por exemplo, nem Barack Obama conseguiria ser eleito nesse cenário. Se fosse contra o candidato do Lula, nem Obama, com a atuação que ele fez nos Estados Unidos, ganharia. É covardia o que estão fazendo, fora as ameaças de bolsa-celular, vale cultura. É proposital isso aí. É desleal passar no decorrer deste ano, porque encrustra na cabeça das pessoas desinformadas porque vão pegar através da emoção esse filme.

RBA – A proibição apenas para Curitiba pode fazer com que as pessoas busquem outras cidades da região metropolitana para assistir?

Pode até ser. Mas dando o exemplo de Curitiba, a região metropolitana, o Paraná e outros estados pode concordar e passar (o filme) depois de outubro. Mas acho que o povo de Curitiba é preparado, não cai em conversa mole, mas pode induzir pessoas desinformadas. E acho que o curitibano não vai a outro lugar ver o filme, porque ele tem mais o que fazer em vez de correr atrás desse filme. A maioria dos coritibanos é consciente, sabe o que quer. Mas é bom a gente deixar de exemplo para São Paulo para conscientizar e vetar isso aí, não para probir, mas para adiar.

RBA – Se os curitibanos têm mais o que fazer, seria mesmo necessário barrar na Justiça a exibição?

Não, eu me disse que o curitibano não vai sair daqui para outro lugar ver um filme como esse. Não é desespero total, sabendo que o filme vem em outubro, ele espera, sem problema. Não vai sair daqui para a região metropolitana ou para São Paulo assitir. Mas, tem o ditado, vindo de graça, tudo se aceita. Esse filme vai vir até de graça, vão esparramar. Na verdade, o que o Lula quer é oferecer de graça, para o pessoal captar. É difundir para mitificar a sua pessoa para as pessoas votarem no “coitadinho”.

 

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