Todo elogios a Lula, Padilha assume coordenação política

Presidente ironizou discurso do novo ministro: 'Se eu soubesse que Padilha era tudo isso, tinha indicado alguém menos lulista e petista'. Ministro pediu mais espaço ao Congresso

Na posse concorrida, Lula “cobrou” menção a colegas Dilma e a Bernardo (Foto:Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O novo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, apostou, em sua posse, em um discurso repleto de elogios ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele assume o cargo de José Múcio Monteiro (PTB-PE), indicado ao Tribunal de Contas da União (TCU). Ele pediu ainda espaço para uma participação maior do Congresso Nacional nas decisões do governo.

Ao receber o cargo, nesta segunda-feira (28), Padilha ressaltou sua ligação com o PT. “A minha geração começou na política e só se juntou na política pela liderança do senhor (Lula)”, disse Padilha no discurso. “Essa geração disputava intensamente na política, mas quando chegava para ser liderada pelo presidente Lula todo mundo cantava uma música só.”

Lula ironizou o currículo que Padilha fez questão de destacar. “Se eu soubesse que Padilha era tudo isso, tinha indicado alguém menos lulista e petista”, afirmou. Reclamou ainda de o novo ministro não ter mencionado diversos colegas. “Você não elogiou (à Dilma) e, portanto, vai saber o peso da Casa Civil em suas decisões”, disse. “O homem do orçamento (Paulo Bernardo, doPlanejamento), a quem de vez em quando você tem que se dirigir para liberar o dinheiro e você não disse nada para ele”, reclamou Lula.

Médico de 38 anos, Padilha era chefe da subsecretaria de Assuntos Federativos da Presidência, responsável pelo relacionamento do governo federal com governadores e prefeitos.

Apesar de agendada para um segunda-feira, quando muitos parlamentares ainda não retornaram para a capital, a cerimônia foi concorrida, com a presença de prefeitos, deputados e senadores ao Itamaraty.

Padilha afirmou também que participou da ideia da coalizão de governo, que hoje reúne pelo menos 15 partidos, e fez acenos para os congressistas, com quem passa agora a se relacionar.

“O primeiro desafio do nosso ministério é fazer com que a base que está no Congresso participe cada vez mais das decisões do governo e, sobretudo, se sinta contemplada e receba os créditos das boas ações e das conquistas do governo”, afirmou.

Múcio, que esteve à frente da pasta desde 2007, foi chamado de “amigo” por Lula depois de o presidente dizer que quando assumiu ele não gozava de sua intimidade política. Também já ocuparam o ministério das Relações Institucionais Walfrido Mares Guia, Jaques Wagner, Aldo Rebelo e Tarso Genro, muitos deles presentes ao evento desta tarde.

Com informações da Reuters

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