Pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria e realizada pelo Ibope mostram o governador de São Paulo José Serra (PSDB) na frente pela corrida à Presidência em todos os cenários de que participa. Ele caiu quatro pontos percentuais na comparação do primeiro cenário.

O Ibope entrevistou 2.002 pessoas entre os dias 11 a 14 de setembro em 143 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.

O cenário conta ainda com Dilma Rousseff (PT), Ciro Gomes (PSB-CE) e Heloísa Helena (PSOL-AL). A ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata governista recuou três pontos percentuais. Ela varia de 14% a 18%. O pior desempenho acontece quando Marina Silva (PV-AC) também é listada.

Ciro Gomes aparece em primeiro lugar (25%) na simulação em que Aécio Neves é o candidato tucano e segundo (17%) sem Heloísa Helena (PSOL) na disputa. No cenário em que disputa com Serra, Dilma e Heloísa Helena, Ciro fica em segundo com 17%, uma elevação de cinco pontos percentuais.

“A ida a campo ocorreu dias depois do programa partidário e dos comerciais do PSB e pode ter tido alguma influência na intenção de votos”, disse Amauri Teixeira, responsável pela pesquisa, ao explicar o desempenho de Ciro. “O eleitor muda de opinião muito fácil neste momento”, disse Amauri. “O quadro ainda é muito instável.”

Leonardo Barreto, cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB), concorda que o cenário ainda varia muito. Em entrevista à Rede Brasil Atual, ele afirma que não necessariamente há um motivo para um crescimento ou uma queda, já que o eleitor responde, a mais de um ano do pleito, a partir da própria memória, o que favorece concorrentes que já disputaram pleitos anteriores.

Para o cientista político, o presidente Lula antecipou o clima eleitoral ao lançar a pré-candidatura de Dilma Rousseff. “Precisamos diferenciar, a corrida eleitoral está muito antecipada nos meios políticos, mas a sociedade ainda não vive clima eleitoral”, sustenta.

“Quando alguém faz uma pesquisa espontânea, perguntando ‘qual o primeiro nome que lhe vem à cabeça’, muita gente ainda responde ‘Lula’, por exemplo, o que mostra como não estão conectados, sabendo que ele não pode concorrer”, explica. 

Ele considera que a importância das pesquisas é orientar as negociações de bastidor. “Na medida em que ministra permanece estagnada ou com empate, cresce pressão para que ela não saia candidata”, avalia.

Barreto afirma que acreditava que Dilma poderia se beneficiar mais da recuperação econômica. “Mas quem lucrou com isso até agora continua a ser só o Lula”, pondera.

“Acredito que se ela não começar a crescer em dois ou três meses, intensifica-se o processo de questionamento que já ocorre dentro do próprio partido”, afirma.

Rejeição

Heloísa Helena e Dilma Rousseff possuem 40% de rejeição. Enquanto a alagoana vê o índice permanecer estável, a petista teve aumento de seis pontos percentuais. Marina Silva e Aécio Neves não teriam o voto de “jeito nenhum” de 37%. Ciro é a pior opção para 33% e Serra tem a menor taxa de rejeição, com 30% – cinco pontos percentuais a mais do que em junho.

Popularidade

A avaliação positiva do governo e a aprovação do desempenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva permaneceram estáveis, com oscilação positiva. Para 69% dos entrevistados, o governo é “ótimo” ou “bom”, 1 ponto acima do resultado de junho.

A variação foi a mesma para a aprovação ao presidente, atualmente em 81% ante 80% em junho. O recorde havia sido 84% em dezembro.

Economia

Para a CNI, que encomendou a pesquisa, a recuperação econômica é o que sustenta a aprovação do governo e do presidente. “A principal mensagem da pesquisa foi a captura da mudança da percepção da sociedade brasileira sobre a evolução da economia”, afirmou o diretor de Relações Institucionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marco Antonio Guarita.

Segundo a pesquisa, há mais pessoas otimistas em relação ao emprego, inflação e nível de renda agora do que em junho.  A percepção dos entrevistados sobre os efeitos da crise financeira internacional também melhorou. “A população brasileira hoje já tem uma visão mais otimista sobre a capacidade de o país conviver com essa crise internacional e sobre a expressão dos impactos da crise na nossa economia”, disse Guarita.

Resultados eleitorais

 Confira as seis listas usadas na simulação: