Recuperação da economia não impede queda da popularidade de Lula

Percepção sobre emprego melhora, mas mais entrevistados vêm piora na saúde. Pesquisa CNT/Sensus atribui queda da avaliação positiva do governo a gripe A e crise no Senado

Pesquisa CNT/Sensus, divulgada nesta terça-feira (8) aponta queda da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu governo. Enquanto a avaliação pessoal de Lula recuou 4,7 pontos percentuais, a da gestão caiu 4,4 pontos. Em termos eleitorais, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB-SP) oscilou para 0,9 ponto percentual para baixo, enquanto Dilma Rousseff recuou 4 pontos. A rejeição à ministra aumentou 14 pontos.

A pesquisa foi feita entre os dias 31 de agosto e 4 de setembro em 136 municípios de 24 estados das cinco regiões do país. Foram entrevistadas 2 mil pessoas. 

Atualmente, 76,8% apoiam o presidente, contra 81,5% em maio. Em março, a queda registrada havia sido maior, de 8 pontos percentuais, quando alcançou 76,2%, mas se recuperou em maio. Movimento semelhante ocorreu com a avaliação do governo, cuja queda foi verificada principalmente nas regiões Sul e Sudeste, entre mulheres da área urbana com alta escolaridade e entre as pessoas mais jovens e as mais velhas.

O diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, atribui as mudanças a “uma comunicação menos direta com o povo” aliada à combinação de três fatores. O primeiro seria a crise no Senado, o segundo a evolução da influenza A (H1N1) – gripe suína – e, por fim, à contradição entre as afirmações da ex-secretária da Receita Lina Vieira e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff sobre um suposto encontro das duas.

Na análise por área, a maior variação apontada pela pesquisa é no emprego. Em setembro, 33,3% consideram que a situação piorou nos últimos seis meses, 10 pontos percentuais a menos do que em maio. Os que enxergam melhoras são 36,5%, quatro pontos percentuais a mais do que no levantamento anterior.

Na saúde, menos entrevistados veem melhoras (de 28% em maio para 23,4% em setembro) e mais consideram que a situação piorou (44,3$ e 49,4%). 

Eleições

Nas projeções eleitorais, Lula segue liderando a pesquisa espontânea, com 21,2% – contra 26,2% de maio. No cenário estimulado, José Serra segue na frente com 39,5%, redução de 0,9 ponto percentual em relação a maio, quando o governador paulista havia recuado cinco pontos percentuais. A candidata do governo, a ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, recuou quatro pontos percentuais depois de ter avançado sete em maio. Atualmente ele conta com 19% de apoio.

Presidente 2010 – Lista 1 – 1º TURNO

Candidato%
José Serra39,5
Dilma Rousseff19,0
Heloísa Helena9,7
Marina Silva4,8
Nenhum/Branco/Nulo14,4
Não soube/Não respondeu12,8

Fonte: CNT/Sensus

Na simulação de segundo turno entre os dois, Serra avança 0,2 ponto percentual para 49,9%, enquato a petista recua 3,7 pontos, ficando com 25%. 

A senadora Marina Silva (PV-AC) tem de 4,8%, no cenário com Serra, a 9,8% quando o candidato tucano é Aécio Neves e sem Dilma no páreo.

Em uma situação sem os dois principais candidatos, Heloísa Helena (PSOL-AL) chega a 18%, empatada com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Com ambos, a vereadora de Maceió (AL) possui 9,7%.

Ciro Gomes (PSB-CE) aparece apenas em duas das oito listas de candidatos para a pesquisa estimulada. Ele varia de 8,7% – na disputa com Serra, sem Dilma – a 12% – quando nem o governador paulista nem a ministra estão na lista.

Apesar disso, o deputado federal pelo Ceará, cotado pelo presidente Lula para a disputa estadual em São Paulo, é incluído em dois cenários de segundo turno, enquanto Marina Silva e Heloísa Helena não participam de nenhuma simulação para essa etapa.

Rejeição

Na avaliação sobre rejeição dos candidatos, o pior desempenho é do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT-SP). O deputado federal que teve denúncia contra si arquivada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana em que foi produzida a pesquisa, conta com 45,5% de respostas negativas, que não lhe dariam o voto.

A pré-candidata do PSOL vem a seguit, com 43% – em maio, seu nome não aparece na versão divulgada pela CNT. Marina Silva e Ciro Gomes têm 39% de entrevistados que não votariam “de jeito nenhum”.

Ainda segundo a pesquisa, 37,6% não escolheriam Dilma Rousseff, 14,4 pontos percentuais a mais do que em maio. A rejeição a Serra, em 29,1%, avançou 4,5 pontos percentuais.

Cabe notar que há diferenças no método de aferição dos limites de intenção de votos entre os levantamentos. Enquanto em maio eram dois os questionamentos ligados à questão, apenas uma pergunta foi feita em setembro, em relação à lista de pré-candidatos.

Clique aqui para conferir os dados de setembro e aqui para os dados de maio.

Com informações da Agência Brasil e Reuters

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