Oposição do DF consegue instalar 2 CPIs para investigar Arruda

Comissões apuram desvios no SUS e convênios do governo em projetos de inclusão digital

CPIs são as primeiras da gestão do governador José Roberto Arruda (DEM). Contratos de terceirização em foco (Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil)

Uma manobra da oposição na Câmara Legislativa do Distrito Federal garantiu a instalação de duas comissões parlamentares de inquéritos (CPIs). Uma viagem do presidente da Casa Leonardo Prudente (DEM) foi aproveitada pelo vice, deputado Cabo Patrício (PT). As comissões para investigar a saúde e projetos de inclusão digital são as primeiras instaladas na gestão de José Roberto Arruda (DEM).

O próprio Patrício assumiu a presidência da CPI da Inclusão Digital, instalada na quarta-feira (9). Relatório preliminar da Controladoria Geral da União (CGU) aponta indícios de irregularidades, como excesso de terceirizações e suposto favorecimento de empresas que doaram dinheiro para a campanha do atual secretário de Ciência e Tecnologia, Izalci Lucas.

“Sabemos que algumas instituições conveniadas não têm a menor condição de prestar os serviços”, afirmou o deputado. “Sabemos também que os gestores usaram excessivamente as terceirizações. E ainda há o agravante de diversas empresas doadoras na campanha passada terem se beneficiado com tantas terceirizações”, acusa.

Um dos principais focos são convênios firmados entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Fundação de Estudos e Pesquisas em Administração e Desenvolvimento. A oposição garantiu três das cinco vagas de titular na comissão.

No caso da CPI da Saúde, cuja instalação deve ocorrer na próxma semana, “a investigar o sucateamento dos equipamentos da rede pública”, supostos desvios de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), além de gastos com serviços terceirizados no período de 2007 a 2009. As acusações baseiam-se em relatório do Departamento Nacional de Auditorias do SUS (Denasus).