Meirelles deve se filiar ao PMDB, mas tende a ficar no BC

Afiliação garante que presidente do BC possa disputar um cargo público no ano que vem: governo de Goiás, Senado Federal ou até mesmo a Vice Presidência numa chapa com Dilma Rousseff

Brasília – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deve se filiar a um partido político até o início de outubro e o destino mais provável é o PMDB, disse uma alta fonte do governo nesta quarta-feira (23).

Mas, hoje, a probabilidade maior, segundo essa fonte, é que Meirelles não dispute as eleições de 2010 e permaneça à frente do BC até o fim de 2010, como vem pedindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já que a decisão não precisa ser tomada agora, aguardará o cenário no final de março para definir seu futuro.

A filiação garante que, se quiser, Meirelles terá como disputar um cargo público no ano que vem: governo de Goiás, Senado Federal ou até mesmo a Vice Presidência numa chapa com Dilma Rousseff.

“O que ele vai fazer é manter as portas abertas”, disse a fonte, sob condição de anonimato.

Para concorrer nas eleições de 2010, é preciso estar filiado a um partido político até o início de outubro.

Henrique Meirelles foi eleito deputado federal pelo PSDB em 2002, mas abriu mão do mandato e do partido ao ser convidado por Lula para assumir o BC. Agora, dá sinais de que pode ceder novamente a mais um pedido do presidente.

Até pouco tempo atrás, a candidatura ao governo de Goiás era a hipótese mais forte, mas o cenário eleitoral complicado no Estado pode ter fortalecido o argumento de Lula. Lá, haveria dificuldades de unir os partidos que integram a coalizão nacional se Meirelles quiser disputar o cargo.

Articulador do convite ao chefe do BC, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), tenta trazer Meirelles ao clã peemedebista ao mesmo tempo em que, ele próprio, pensa em candidatar-se ao comando do Executivo do Estado.

O PP também lhe faz a corte, mas há quem defenda no governo que uma legenda menor pode não ser a melhor opção, pelo menos não aos interesses eleitorais colocados sobre a mesa. Numa disputa nacional, por exemplo, sai na frente quem tiver o apoio do maior partido, o PMDB.

Um integrante do PMDB disse à Reuters que há, de fato, uma negociação avançada para a filiação.

Procurada pela Reuters, a assessoria de imprensa do BC disse “que não comenta boatos”.

Fonte: Reuters