Prefeitura de SP pensa em novas paradas, mas nega Faria Lima e Paulista

Secretário de Transportes vai analisar pedido das empresas para áreas da Ricardo Jafet, Bandeirantes e Marginal Pinheiros; Transfretur decide recorrer à órgão especial do Tribunal de Justiça

A reunião das Associações de Fretados com o secretário Municipal de Transportes de São Paulo, Alexandre de Moraes, realizada na manhã desta segunda-feira (3), não apresentou avanços, avaliou Gilson Pereira, presidente da União dos Executivos do Litoral Paulista (Uelpa).

As associações aguardavam uma reunião com Moraes desde que entrou em vigor, em 27 de julho, a restrição aos fretados num raio de 70km² no centro expandido de São Paulo. No entanto, a principal reivindicação das entidades – a criação de bolsões nas avenidas Brigadeiro Faria Lima e Paulista – foi prontamente rejeitada pelo secretário. “Ele adiantou que não pretende criar pontos de embarque e desembarque nessas vias”, lamentou Luiz Antonio de Lara, presidente da Associação dos Executivos da Baixada Santista (Aebs).

“Liberar a Faria Lima para circulação de fretados é de extrema necessidade pela própria geografia da cidade. Hoje quem trabalha nessa área leva uma hora a mais principalmente no retorno para casa”, afirmou Pereira.

Sobre as demais reivindicações, como novos pontos de embarque e desembarque nas avenidas Bandeirantes e Ricardo Jafet e Marginal Pinheiros, o secretário prometeu analisar e dar resposta em 48 horas.

De acordo com Lara, os dirigentes de associações também aproveitaram o encontro com o secretário para pedir tratamento digno. “Os usuários são tratados como cargas”, destacou.

“No bolsão próximo ao metrô Imigrantes, as pessoas descem no tempo, não há passarela nem cobertura e as pessoas disputam com os carros, sem falar no perigo de inundação na Ricardo Jafet”, denunciou Lara.

Prostesto de vans

Esta segunda-feira em São Paulo começou com uma manifestação de vans utilizadas para transporte de passageiros de fretados. Cerca de 50 veículos partiram em carreata da Praça Heróis da FEB, zona norte, em baixa velocidade, em direção à Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, na zona sul da cidade.

Transfretur vai recorrer a órgão especial do TJ

Em entrevista coletiva, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros por Fretamento e Turismo de São Paulo e Região (Transfretur) anunciou na tarde desta segunda-feira, que vai recorrer ao órgão especial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), contra a decisão do presidente da casa, desembargador Roberto Antônio Vallim Bellochi.

Na noite de sexta-feira, Bellochi cassou a liminar concedida pela a juíza Simone Gomes Rodrigues Cassoretti, da 9ª Vara de Fazenda Pública, que liberava a circulação dos fretados em São Paulo.

Em comunicado divulgado na sexta-feira (31), o advogado da Transfretur, Marcos Augusto Perez, manifestou que “rever decisões liminares é prática comum nos tribunais. Entretanto, cassar decisões fundamentadas, em detrimento do direito de milhares de pessoas, poucos minutos após sua divulgação, e anunciá-las à imprensa mediante nota, sem revelar seu inteiro conteúdo (suscitando dúvida de que estaria redigida previamente) desrespeita a advocacia, os juízes de primeira instância, as partes judicantes e os cidadãos. A independência do Judiciário é fundamental para a realização da democracia, do Estado de Direito e para o exercício das liberdades públicas”.