Oposição convida Lina Vieira para CCJ do Senado

Barrada por governistas na CPI da Petrobras, objetivo é ouvir ex-secretária da Receita Federal sobre suposta interferência de Dilma Rousseff

A ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, em foto da época em que assumiu o cargo, em julho de 2008 (Foto: Marcello Casal/Agência Brasil)

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou convite para que a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira preste esclarecimentos nesta terça-feira (18). O requerimento do senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) é voltado à suposta interferência da ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff em assuntos afetos à Receita Federal.

Lina Vieira declarou e reiterou à mídia que esteve reunida Dilma em novembro de 2008 e que teria recebido o pedido para “agilizar” as investigações envolvendo Fernando Sarney, filho do presidente do Senado. Para a então secretária da Receita, o objetivo era encerrar a fiscalização para não criar “problema com o Sarney”. Dilma nega o encontro. A ex-secretária afirmou que estava disposta a comparecer à CPI caso fosse convocada.

O objetivo da oposição era chamar a ex-secretária para depor na CPI da Petrobras, mas os requerimentos de convocação não foram aceitos por Romero Jucá (PMDB-RO), relator da comissão e líder do governo no Senado. Nesta quarta-feira (12), ele afirmou tratar-se de um “factoide político”. “É um assunto que já ficou bastante desmentido. É a palavra de uma contra a outra. A própria secretária não tem prova nenhuma. Ninguém tem prova. Para mim, é mais um debate eleitoral visando a 2010”, afirmou.

A oposição tinha maioria no plenário da CCJ. O presidente, Demóstenes Torres (DEM-GO), colocou em apreciação o requerimento de convite à ex-secretária. Apesar das tentativas do único governista presente, Inácio Arruda (PCdoB-CE), o requerimento foi aprovado.

O pedido de CPI da Petrobras se embasou em nota da Receita que contestava a opção de regime tributário adotado pela estatal. Posteriormente, o comunicado foi apontado como não-oficial, e o órgão passou a defender que a operação adotada está dentro da legislação brasileira. Na terça-feira (11), o chefe interino da Secretaria de Receita Federal, Otacílio Dantas Cartaxo, depôs na CPI e manteve essa posição.

Com informações da Agência Brasil

Leia também

Últimas notícias