PT nacional apoia escolha de Tarso como pré-candidato no RS

Indicação do ministro da Justiça recebeu apoio de Ricardo Berzoini, presidente do partido

Tarso Genro, em conversa pessoal com Berzoini, selou o acordo (Foto: Wilson Dias/ABr)

São Paulo – Apesar de contrariar uma resolução genérica do PT, a indicação do ministro Tarso Genro (Justiça) como pré-candidato da sigla ao governo do Rio Grande do Sul em 2010 recebeu o apoio na segunda-feira (20) do presidente nacional do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP).

A direção nacional da legenda havia fechado em maio orientação que privilegia a formação de uma coligação nacional visando sustentar a eleição da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência. Com essa medida, a construção das chapas nos Estados ficaria em segundo plano.

Tarso, no entanto, se adiantou e acabou obtendo o apoio da direção nacional após o encontro estadual realizado no último fim de semana. Dois concorrentes desistiram para apoiá-lo.

“Houve entendimento das diversas forças do PT, com postura madura”, disse Berzoini à Reuters. “Onde houver consenso não há descumprimento da resolução”, acrescentou.
Trata-se de um mudança de postura.

Quando Tarso anunciou que definiria a candidatura, Berzoini considerou a decisão um erro que fecharia a porta para um acordo com o PMDB. Agora, o deputado afirma que o bate-boca foi pela imprensa e que uma conversa pessoal selou o acordo.

As semelhanças vão mais adiante. Tanto Tarso quanto Berzoini acreditam que uma aliança com o PMDB gaúcho é muito distante. O partido, principal foco de atração do PT para a campanha nacional, foi excluído da tática eleitoral dos gaúchos pela decisão de domingo.

“Não há alternativa possível, salvo mudança de opinião do PMDB. O partido apoia a Yeda (Crusius)”, analisa Berzoini, referindo-se à governadora tucana do Rio Grande do Sul. Mesmo com candidatos em disputa, Berzoini aposta que os peemedebistas apoiem Dilma no âmbito nacional.

Outro Estado em que há consenso em torno de um nome petista e onde não há acordo com o PMDB é Santa Catarina, onde a candidata seria a senadora Ideli Salvatti. O caso é similar ao gaúcho, em que o governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) é aliado do PSDB e do DEM.

Adepto da mesma corrente de Tarso, a Mensagem ao Partido, o deputado José Eduardo Cardozo (SP), secretário-geral do PT, afirma que a unidade da sigla no sul levou à escolha do candidato e que agora o objetivo é conversar com outras forças, principalmente o PDT, PCdoB e PSB.

Berzoini ressalva, no entanto, que as candidaturas definitivas só sairão em fevereiro no congresso do partido em que as alianças partidárias serão fechadas.

Ciro-SP

Em São Paulo, a opção pelo deputado Ciro Gomes (PSB-CE) se mantém firme para a direção petista. “Há conversas para ver o melhor desenho para o PT. Não descartamos a hipótese Ciro”, disse Berzoini.

A decisão, que depende do convencimento dos petistas favoráveis a uma candidatura própria além de pelo menos seis interessados na vaga, deve sair até setembro. Este é o prazo para que Ciro transfira seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo.

Fonte: Reuters

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