Lula sobre crise no Senado: “não é problema meu”

Presidente nega pedido de conversa com José Sarney, mas aponta que, quando o senador pedir para falar, será recebido

O presidente Lula e a chilena Michele Bachelet defendem a crise como oportunidade para os países emergentes (Foto: Ricardo Stuckert. Presidência).

SÃO PAULO – O presidente Lula afirmou nesta quinta-feira (30) que a paralisia do Poder Legislativo pode criar problemas para o país, mas evitou falar sobre a posição da bancada do PT no Senado em relação às acusações envolvendo o presidente da Casa, José Sarney, e outros parlamentares.

Durante coletiva de imprensa ao lado da chilena Michele Bachelet, o presidente afirmou que “não é um problema meu. Não votei para eleger o presidente Sarney a presidente do Senado, nem para senador. Votei nos senadores de São Paulo. Quem tem que decidir se ele fica presidente é o Senado”.

Lula negou que o parlamentar envolvido em várias acusações tenha pedido para conversar com ele, mas afirmou que “o presidente Sarney e o presidente da Câmara, na hora em que pedirem, terão conversa comigo. Porque é da política o presidente da República atender os presidentes dos outros poderes”.

 

Sobre a bancada do PT no Senado, dividida entre pedir o afastamento temporário de Sarney ou a manutenção do colega no cargo, o presidente evitou comentários. “Como é que você acha que eu posso dizer sobre o destino da bancada do PT? Não posso dizer absolutamente nada. Quando chegar segunda-feira, liga para o líder do PT no Senado, liga para a líder do PT no Congresso, e eles saberão te dizer”, afirmou.

Lula manifestou esperar que o recesso, que será concluído na próxima semana, tenha esfriado os ânimos na casa e que, na volta aos trabalhos, os senadores “se reúnam, como homens adultos que são, e decidam normalizar a atuação do Senado. Mais do que isso eu não posso pedir”.

Copa América

Além de discutir o aprofundamento das relações bilaterais, Lula e Michele Bachelet debateram futebol. O problema é que o Chile espera sediar a Copa América de 2015, que estava prevista para ser sediada pelo Brasil. Para o presidente, a reivindicação da colega chilena é justa e respeita uma divisão saudável entre as atividades esportivas no continente.

“Eu recebi um pedido da companheira Michele Bachelet de que o Chile gostaria de realizar a Copa América em 2015. O Brasil realiza a Copa do Mundo em 2014, em 2013 fará a Copa das Confederações, e estou sabendo agora, Michele que me alertou, que o Brasil quer a Copa América de 2015. E estamos reivindicando a Olimpíada para 2016, ou seja, seria a década do esporte no país”, afirmou.

Quando convidado a opinar sobre o café da manhã entre Bachelet e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o presidente brincou afirmando que homem não se mete em conversa de mulher. A respeito da influência da chilena à presidenciável do PT, Lula afirmou “que nossa companheira Michele pode servir de exemplo para muitas mulheres do mundo todo. Na questão do caráter, na firmeza ideológica, na competência e na companheira de confiança que ela tem sido”.

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