Líder do PSDB no Senado terá de devolver R$ 210 mil aos cofres públicos

Durante um ano e meio, assessor de Virgílio estudou teatro na Espanha, recebendo salário do Senado

Arthur Virgílio terá que ressarcir cofres públicos por curso de teatro na Espanha pago com recursos do Senado (Foto: Jose Cruz/Agência Brasil)

O senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado e integrante do Conselho de Ética da Casa, terá de devolver R$ 210 mil aos cofres públicos por um curso de teatro na Europa pago pelo Senado a Carlos Alberto Andrade Nina Neto.

Neto, que era assessor de Virgílio, estudou durante 18 meses estudou na Espanha, mas continuou recebendo salário do Senado.De acordo com os cálculos da diretora de Recursos Humanos do Senado, Dóris Peixoto, o  valor refere-se a salários e recolhimento de impostos pagos pela Casa.

O assessor e estudante de teatro foi demitido em outubro de 2008, em cumprimento à ação judicial antinepotismo. Carlos Alberto Andrade Nina Neto é filho do subchefe de gabinete de Virgílio, Carlos Homero Nina, servidor de carreira do Senado.

Na segunda-feira (27), Virgílio depositou a primeira parcela do ressarcimento, no valor de R$ 60.696,58. Mais três parcelas devem ser pagas no valor de R$ 50 mil.

Após o pagamento, o líder do PSDB questionou: “Quero ver se todos farão o mesmo”.

Pagamento de hotel e tratamento da mãe

Outras duas acusações contra Arthur Virgílio podem ser apresentadas pelo PMDB ao Conselho de Ética do Senado na próxima semana. Uma delas é de ter recebido um empréstimo de US$ 10 mil do ex-diretor geral Agaciel Maia para pagar uma conta de hotel em 2003, numa viagem particular a Paris.

O senador também teria usado dinheiro do Senado para pagar R$ 723 mil no tratamento de saúde da mãe dele, quando o limite permitido é de R$ 30 mil.

Virgílio chamou a iniciativa do PMDB de “retaliação do senador Renan Calheiros”. O parlamentar afirmou que está analisando a possibilidade de representar na Comissão de Ética do Senado contra o líder do PMDB, por quebra de decoro parlamentar. Virgílio considera que as representações soam como ameaças contra os senadores que defendem o afastamento de José Sarney da presidência do Senado.