Protagonismo

Lula recebe ministra francesa e se prepara para encontro com Joe Biden

Francesa antecipa visita de Macron um dia antes de Lula seguir para os EUA. Agenda internacional busca reestabelecer a diplomacia do país

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
Catherine disse que Macron "está muito feliz em vir ao Brasil"

São Paulo – O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberam nesta quarta-feira (8) a ministra da Europa e dos Negócios Estrangeiros da França, Catherine Colonna. Foi o primeiro encontro ministerial entre Brasil e França em quatro anos. As relações diplomáticas entre os países passou por abalos durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente promoveu uma série de ataques, inclusive pessoais, ao chefe do Executivo francês, Emmanuel Macron.

O estranhamento entre Macron e Bolsonaro começou após o francês demonstrar preocupação com o descaso do ex-presidente com o meio ambiente. Agora, com o início do mandato de Lula, voltam a diplomacia e as relações entre os países. Para Vieira, o encontro com a ministra significa que “viramos a página dos últimos anos e colocamos as relações no nível elevado que ambas sociedades esperam e desejam”.

Relações Brasil e França

A visita da chefe das Relações Exteriores da França antecipa a visita de Macron, que ainda não tem data marcada, mas está no horizonte dos dois países. O presidente francês, desde a vitória de Lula, mostra disposição em cooperar com o Brasil. Lula e Macron já conversaram em mais de uma ocasião. Ele foi um dos primeiros chefes de Estado a parabenizar o petista por sua vitória, em outubro. Já no dia 26 de janeiro, os líderes conversaram por mais de uma hora sobre temas relevantes no cenário internacional.

Entre as pautas de interesse mútuo estão as negociações de um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia; o combate às mudanças climáticas; a proteção à Amazônia; defesa da democracia; e o conflito entre Rússia e Ucrânia. Sobre a guerra, Lula já adiantou a proposta de criar uma mesa de negociações para buscar a paz com países neutros, como Brasil, China, Indonésia e México.

Após a conversa, Lula comentou que fez “um convite para (Macron) vir ao Brasil, para aprofundar o trabalho conjunto contra as mudanças climáticas, no combate à fome e pela defesa do meio ambiente”. Macron respondeu que é solidário com o Brasil “após ataques contra a democracia”. E reafirmou “determinação em agir em prol do clima, da biodiversidade, de nossas florestas e contra a fome”.

Cooperação amazônica

Então, o encontro de hoje é visto como uma etapa preparatória para a visita de Macron. Catherine disse que o francês “está muito feliz em vir ao Brasil”. Existe a previsão de que ele virá durante a realização da Cúpula da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). O fórum reúne, além do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Venezuela, Peru e Suriname.

Agenda internacional

Lula já visitou a Argentina e o Uruguai, ainda no primeiro mês de governo. O presidente também recebeu a visita do primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, além de embaixadores de diferentes países. Agora, viajará amanhã (9) para os Estados Unidos. Na agenda, uma série de encontros com lideranças locais, incluindo o presidente Joe Biden. O norte-americano receberá Lula na Casa Branca na sexta-feira. Em pauta, parcerias econômicas estratégicas, questões ambientais, fortalecimento da democracia e defesa dos direitos humanos.

Em nota, o Planalto informa que “Brasil e Estados Unidos enfrentam desafios semelhantes ligados à radicalização política e ao discurso de ódio no espaço virtual” e que “A visita do Presidente Lula aos Estados Unidos, logo no início de seu mandato e a convite do presidente Biden, marca a retomada das relações entre os dois países”.

Acompanham Lula os ministros Mauro Vieira, Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente), Anielle Franco (Igualdade Racial), o assessor especial e embaixador Celso Amorim, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior, Marcio Elias Rosa, e o senador Jaques Wagner (PT-BA).


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