"Rechazo"

Presidente Gabriel Boric fala em ‘mais diálogo’ por nova Constituição que una o país

“Hoje o povo do Chile falou e o fez em alto e bom som”, disse o chefe de governo após a população rejeitar proposta de uma nova Constituição

Reprodução/Twitter
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Boric: povo chileno enviou mensagem dizendo que "não ficou satisfeito" com proposta apresentada

São Paulo – Após a população do Chile rejeitar a proposta de uma nova Constituição no país no referendo deste domingo (4), o presidente Gabriel Boric disse que a população chilena dirigiu às autoridades e políticos duas mensagens. “A primeira é que ele ama e valoriza sua democracia e confia nela para superar as diferenças e seguir em frente”, afirmou Boric. “E isso está confirmado por esse processo eleitoral que teve o maior número de cidadãos nas urnas em toda a nossa história”, acrescentou.

A votação do plebiscito foi obrigatória no país pela primeira vez desde 2012, quando passou a ser facultativa. Em 2021, o atual  presidente, de centro-esquerda, foi eleito com a presença de 8,3 milhões de eleitores nas urnas. Na votação de ontem, com a obrigatoriedade, foram 12,7 milhões. A rejeição ao texto constitucional apresentado foi inquestionável.

Os chilenos tinham de responder à pergunta: “Você aprova o texto da Nova Constituição proposto pela Convenção Constitucional?” As escolhas possíveis eram apruebo (aprovo, com 38,14% dos votos) ou rechazo (rejeito, 61,86%).

Outro caminho para nova Constituição

No discurso, Boric disse que a decisão das urnas “exige que nossas instituições e atores políticos trabalhem mais, com mais diálogo, com mais respeito e carinho”. E indicou a construção de uma nova proposta de Constituição para o Chile, “que nos interprete a todos, que dê confiança, que nos una como país”.

Após o resultado da votação, o presidente convocou representantes dos partidos políticos para uma reunião no Palácio de La Moneda nesta segunda-feira (5). O presidente se comprometeu a fazer tudo para construir, junto com o Congresso e a sociedade civil, um novo itinerário constituinte. “E que entregue um texto que, reunindo as lições aprendidas com o processo, consiga interpretá-lo para uma ampla maioria de cidadãos.”

A ideia, segundo disse, é avançar “o mais rápido possível nesse sentido”. Durante a semana, as lideranças do país deverão fazer uma primeira rodada de conversações para recolher propostas de diferentes setores comprometidos com a construção de um novo Processo Constituinte.

Diferenças “legítimas

Boric classificou como “legítimas” as diferenças que existem na sociedade chilena em torno de uma nova carta constitucional, mas exortou os chilenos ao diálogo, para não “deixar o tempo passar ou nos envolver em controvérsias sem fim”.

“Portanto, faço um apelo honesto a todas as forças políticas para colocar o Chile à frente de qualquer diferença legítima e concordar o mais rápido possível sobre os prazos e as fronteiras de um novo processo constitucional”, disse o presidente.

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