"tribunal decidirá"

Quase mil combatentes pró-Ucrânia já se renderam em Mariupol

Com afirmação enigmática sobre adesão de Finlândia e Suécia à Otan, porta-voz russa disse que resposta de Moscou será uma “surpresa”

Reprodução/Redes Sociais
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Combatente ucraniano é conduzido por soldado russo a um dos ônibus que levam de Mariupol os quase mil rendidos

São Paulo – Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, mais 694 combatentes ucranianos se entregaram nas últimas 24 horas em Mariupol. Com isso, chega a 959 os militares das forças de Kiev, mercenários e membros do Batalhão neonazista Azov que entregaram as armas desde segunda-feira (16). Não há informações que comprovem quantos ucranianos ainda estão na usina siderúrgica de Azovstal.

O Batalhão Azov surgiu e estava baseado em Mariupol. Apesar de tentativas midiáticas de disfarçar o caráter desse grupo, até mesmo a imprensa “tradicional” o define como “de origem paramilitar e neonazista posteriormente incorporado à Guarda Nacional ucraniana”, de acordo com matéria de O Globo desta quarta (18). O jornal prossegue dizendo que “muitos membros do grupo estão entre os rendidos” em Mariupol. 

Citado por agências e sites europeus, o líder separatista pró-Rússia da autoproclamada República de Donetsk, Denis Pushilin, disse que os chefes militares ucranianos cercados no complexo siderúrgico de Azovstal continuam nas instalações, depois da saída dos quase mil combatentes. “Até agora, nenhum comandante de alto escalão saiu”, disse Pushilin.

De acordo com ele, um tribunal decidirá o destino dos combatentes ucranianos que se renderam. “Quanto aos criminosos de guerra, assim como aos nacionalistas, seu destino, se depuseram as armas, deve ser decidido em um julgamento. O tribunal decide; se é um criminoso nazista, então vai a julgamento”, afirmou Pushilin, em menção da agência de notícias russa RIA.

O líder de Donetsk não esclareceu se quem julgará os combatentes ucranianos será a Rússia, a República Popular de Donetsk ou a República Popular de Luhansk. “No momento, esta é uma questão da próxima etapa. O tribunal deve ser internacional”, disse.

“Surpresa”

Para além do “teatro de operações”, continua repercutindo a tentativa de Finlândia e Suécia de fazerem parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Nesta quarta, os países nórdicos entregaram oficialmente os pedidos de adesão ao secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg. Segundo a CNN, a aprovação dos 30 membros pode levar até um ano.

Mas a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, fez uma afirmação enigmática sobre a questão. Segundo ela, se a entrada da Finlândia e da Suécia na aliança atlântica for concretizada, a resposta da Rússia será uma “surpresa”. “Depende do nosso departamento de Defesa”, disse Zakharova. Ela garantiu que Moscou tomará uma “decisão apropriada”, considerando “todos os fatores e as especificidades” da adesão.

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